UOL Olimpíadas 2008 Países participantes
 

Etiópia

Resumo de medalhas
Posição Ouro Prata Bronze Total
18º 4 1 2 7
Posição Ouro Prata Bronze Total
40º 14 5 12 31
Capital
Adis Abeba
Idioma
Amárico
Área do território
1.127.127 km2
População
78,3 milhões
Forma de governo
República parlamentarista
PIB*
US$ 19,4 bilhões
Moeda
Berr
Posição no IDH**
169º (0,406)

Atletismo é alegria em nação miserável e com baixa expectativa de vida

País com um dos menores índices de desenvolvimento humano, o 169º entre as 177 nações avaliadas, a Etiópia convive com a pobreza, a fome (46% da população é subnutrida, segundo dados da ONU), uma das 20 menores taxas de expectativa de vida (49,43 anos) do mundo e uma frágil harmonia entre suas etnias, além de uma tensão constante na fronteira com a Eritréia.

O país surgiu no final do século 19, então com o nome de Abissínia. Com o apoio das potências européias, os reis abissínios promoveram uma rápida expansão territorial pelo nordeste africano. Desde então, a nação só perdeu sua independência entre 1936 e 1941, quando esteve sob o domínio da Itália de Benito Mussolini. Em 1977, um golpe de estado colocou no poder um governo marxista e centralizado, que acabou sendo desafiado por guerrilhas apoiadas pela Somália e Eritréia (que havia conseguido a independência da Etiópia em 1961).

Apesar da ajuda militar soviética e cubana e do auxílio internacional, a paz demorou a chegar à Etiópia, terminando somente em 2000 após intervenção da ONU. Mesmo assim a ameaça de conflito, principalmente na fronteira com a Eritréia, ainda existe. Nesse período, a fome assolou a população e mais de 100 mil pessoas morreram.

Com tantos problemas sociais, econômicos e políticos, um dos poucos motivos de alegria do país é o esporte, principalmente o atletismo, responsável por todas as 31 medalhas olímpicas etíopes e as outras sete ganhas em Pequim, que vieram das provas de meio-fundo e fundo. Indiferente aos conflitos no país, à pobreza e à estrutura esportiva precária, os atletas etíopes despontaram para o mundo em Roma-1960, quando Abebe Bikila causou furor ao vencer a maratona e ainda correndo descalço.

Depois de Bikila, o país viu o surgimento de Miruts Yifter nos anos 80, que faturou duas medalhas de ouro nas Olimpíadas de Moscou. Na década de 90, a coroa ficou nas mãos de Haile Gebreselassie, que já deteve o recorde mundial dos 5.000 m, dos 10.000 m e atualmente é o recordista da maratona, sendo sucedido agora por Kenenisa Bekele. Com o sucesso, a Federação Etíope de Atletismo é uma das poucas que recebe subsídios do governo, o que mantém a renovação da equipe e o surgimento de vários jovens com resultados expressivos no cenário mundial.

Na China, o país provou seu domínio nas provas citadas. Com apenas dois atletas, fez os campeões no masculino e feminino dos 5.000 m e 10.000. Entre os homens, o recordista mundial Kenenisa Bekele deu mais uma amostra do seu domínio com dois ouros, assim como aconteceu com Tirunesh Dibaba em ambas as provas. Os quatro ouros igualaram Sydney-2000, que fora o melhor desempenho na história - a diferença foi apenas por um bronze a menos em Pequim. A única prata veio na dobradinha dos 10.000 m masculino, com Sileshi Sihine, e ainda houve um bronze na maratona masculina e outro nos 5.000 m feminino.

Astro

AFP

Kenenisa Bekele

O fundista detém os recordes mundiais dos 5.000 m e 10.000 m rasos, sendo que na última ele conquistou os últimos três mundiais e agora é bi-olímpico.

Curiosidade

Reuters

A família Dibaba

As irmãs Tirunesh, Ejegayehu e Genzebe dominam as provas de fundo, sendo que Tirunesh é bicampeã mundial dos 10.000 m e detém o recorde dos 5.000 m.

* Dados: The World Factbook - CIA

** Dados extraídos da avaliação do Pnud-2007

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