Minutos após Natália Falavigna conquistar a primeira medalha olímpica do Brasil no taekwondo, o Ginásio da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pequim foi palco de uma cena totalmente antidesportiva. O cubano Angel Valodia Matos não aceitou ser desclassificado da disputa pelo terceiro lugar e agrediu o árbitro sueco Chakil Chelbat.
Angel, campeão olímpico em Sydney-00, liderava seu combate contra Arman Chilmanov, do Cazaquistão, por 3 a 2 e se aproximava da medalha de bronze. A sete segundos do fim, ele reclamou de dores no pé e foi receber atendimento médico. Segundo as regras do taekwondo o lutador teria direito a um minuto para receber o auxílio.
O tempo passou e o juiz não avisou ao atleta que seu tempo estava acabando, como deveria ter feito. Com o término do minuto, ele decidiu desclassificar o cubano e deu a vitória ao seu adversário do Cazaquistão.
Desesperado, Angel partiu para cima de Chakil Chelbat e tentou agredi-lo com um chute na cabeça, o que fez com que os outros juízes invadissem a área para amenizar o ocorrido. Depois, o cubano ainda acertou um soco no peito de um árbitro lateral que tentava separar a briga.
Ainda nesta manhã, a WTF (Federação Mundial do Taekwondo) divulgou uma nota sugerindo que tanto Angel como o treinador nacional fossem banidos para sempre de todas as competições internacionais. A entidade vai encaminhar o pedido ao COI (Comitê Olímpico Internacional).
Os cubanos, por sua vez, se defendem afirmando que a equipe do Cazaquistão "comprou" o resultado. Indignado, o técnico de Angel, Leudis González, disse ter até recebido uma proposta para que seu lutador perdesse o combate: "Os cazaques compraram os juízes. Eles até me ofereceram dinheiro", limitou-se a dizer.
Após a confusão, o nigeriano Chika Yagazie Chukwumerije conquistou o outro bronze para ficar ao lado de Arman Chilmanov no pódio. Já o ouro ficou com o sul-coreano Dongmin Cha, que bateu o grego Alexandros Nikolaidis na final.