14/08/2008 - 10h08
Judoca dá para a Mongólia sua primeira medalha de ouro olímpica
Bruno Doro
Em Pequim (China)
Ele é baixinho e gordinho, longe do estereótipo do atleta, mas deu a maior alegria olímpica para a história da Mongólia. O país demorou 44 anos para conquistar sua primeira medalha de ouro nas Olimpíadas e ela veio nesta quinta-feira, com o judoca Naidan Tuvshibvayar, 1,76 m e 105 kg - a cada evento, tem de perder cinco quilos para competir.
Ele foi campeão dos meio-pesados (100 kg), batendo em sua campanha o maior favorito à medalha, o japonês Keiji Suzuki. Tuvshibvayar surpreendeu também pelo porte físico, muito longe do biótipo dos judocas da sua categoria. Baixo, é 14 cm menor do que o brasileiro Luciano Corrêa, campeão mundial em 2007 que caiu na primeira luta, com 1,90 m.
Mesmo antes do ouro de Tuvshibvayar, a Mongólia já tinha uma certa tradição no judô. Antes dele, o país tinha quatro medalhas na modalidade - a primeira foi conquistada por Ravdan Davaadalai, em 1980, de bronze.
A maioria das medalhas da Mongólia, aliás, vem de um esporte de combate, a luta olímpica: das 15 medalhas da história do país até Pequim, oito eram de lutadores. Em 1968, na segunda participação do país em Olimpíadas, seus atletas levaram quatro medalhas na modalidade, uma de prata e três de bronze.
Na final desta quinta-feira, Tuvshibvayar foi muito superior ao cazaque Askhat Zhitkeyev. "Não entendi o que aconteceu na luta, mas saio satisfeito. Eu esperei muito por essa medalha. Essa é minha terceira vez nas Olimpíadas", afirmou o medalhista de prata. Os medalhistas de bronze foram Henk Grol, da Holanda, algoz do brasileiro Corrêa, e Movlud Miraliyev, do Azerbaijão.
No feminino, a medalha de ouro foi para a chinesa Yang Xiuli, em uma decisão polêmica contra a cubana Yalennis Castillo. No golden score, a cubana chegou a receber um koka, mas após revisão do golpe, a pontuação foi retirada. Na bandeira (hantei), os juízes deram o ouro para a chinesa. "Foi injusto. Se não fosse uma atleta chinesa, isso não teria acontecido", reclamou Castillo.
As medalhas de bronze foram para Gyeongmi Jeong, da Coréia do Sul, que bateu a brasileira Edinanci Silva por um lugar no pódio, e Stephanie Possamai, da França.