14/08/2008 - 10h00
Edinanci abre brecha para outro ciclo olímpico, mas só se tiver motivação
Bruno Doro
Em Pequim (China)
Edinanci Silva chegou a afirmar que as Olimpíadas de Pequim seriam sua última chance de conquistar uma medalha olímpica. Após terminar em quinto lugar nos Jogos chineses, nesta quinta-feira, porém, ela abriu a possibilidade de participar de um novo ciclo de quatro anos, mirando Londres-2012.
"Se tiver motivação, não tem porque não pensar em uma Olimpíada. Mas hoje não me vejo com motivação nenhuma para seguir na seleção. O grupo é muito unido, mas as concentrações, as viagens, tudo isso desgasta. Não acho que vá conseguir", afirmou a paraibana.
Segundo ela, a volta dependerá, também, do nível do judô brasileiro entre as meio-pesados. "Se minha categoria não tiver uma dona, uma atleta que estiver dominando, posso voltar. Se ainda puder defender o Brasil", explicou.
A história seria diferente, porém, se os Jogos de Londres, em 2012, fossem no Brasil. "Se fosse assim, eu começaria a treinar amanhã. Lutar em casa, com torcida é bem diferente".
Aos 32 anos, a atleta segue sem nenhuma medalha olímpica, mas como a melhor da história do judô feminino brasileiro em Campeonatos Mundiais. Em Paris-1997 e em Osaka-2003, ela ficou com o bronze.
Em Olimpíadas, porém, nunca chegou ao pódio. Foram três Olimpíadas em sétimo lugar. O melhor resultado veio na China, em que pela primeira vez lutou pela medalha, mas acabou derrotada pela sul-coreana Gyeongmi Jeong.
"Em 1996, eu lutei em uma categoria acima da minha e não tinha realmente como fazer nada. Ainda assim, cheguei ao sétimo lugar. Em 2000, acabei me contundindo antes das Olimpíadas e repeti a colocação. Em Atenas, enfrentei a mesma italiana de hoje (Lucia Morico), que foi melhor do que eu. Hoje, consegui melhorar. Saio feliz por ter melhorado, mas frustrada porque sabia que poderia ser medalhista".