A pretensão brasileira era chegar em quarto ou quinto lugar na final por equipes da ginástica artística dos Jogos Olímpicos de Pequim. Mas a realidade foi bem mais dura. Com um desempenho abaixo das expectativas e a nota total de 174,875 pontos, a equipe acabou a competição em oitavo lugar.
A medalha de ouro foi para a China (188,900), que travou uma emocionante batalha com os Estados Unidos. As norte-americanas erraram bastante no solo e ficaram com a prata (186,525), enquanto a Romênia (181,525) surpreendeu a Rússia e terminou com o bronze.
O público que lotou o Ginásio Nacional de Pequim foi ao delírio com a equipe chinesa. Um barulho ensurdecedor marcou a apresentação das anfitriãs no solo, que definiu a conquista da medalha. No total, as chinesas foram as melhores em dois aparelhos, solo e barras, enquanto as norte-americanas foram superiores no salto e na trave.
Mesmo com o último lugar na decisão, o Brasil sai de Pequim com a sua melhor campanha nos Jogos Olímpicos. Em Atenas-2004, a delegação nacional terminou na nona colocação.
O solo, grande especialidade das brasileiras, foi o principal vilão na final. Ana Cláudia Silva, a primeira a se apresentar, teve um desempenho sofrível, tirando nota 13,375. Na fase eliminatória, realizada no domingo, a nota dela foi 14,800.
Em seguida, foi a vez de Jade Barbosa se apresentar. Finalista no individual geral, assim como Ana Cláudia, a atleta também teve erros em sua apresentação. Em uma das acrobacias, Jade aterrissou com os dois pés bem fora do solo. Com isso, recebeu uma nota 14,325.
RESULTADO FINAL |
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1 - China - 188,900 pontos |
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2 - Estados Unidos - 186,525 pontos |
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3 - Romênia - 181,525 pontos |
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4 - Rússia - 180,625 pontos |
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5 - Japão - 176,700 pontos |
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6 - Austrália - 176,525 pontos |
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7 - França - 175,275 pontos |
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8 - Brasil - 174,875 pontos |
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"O exercício foi bom, mas pisar fora da linha desconta pontos mesmo", lamentou a atleta.
A única atleta brasileira que teve um desempenho destacado no solo foi Daiane dos Santos. Finalista no aparelho, ela novamente empolgou o público com o "Brasileirinho", repetindo os 15,275 que tirou nas eliminatórias.
No salto, as brasileiras voltaram a ter desempenho pior que o das eliminatórias. Até mesmo Jade Barbosa, que vai disputar a final do aparelho, não conseguiu melhorar a nota. Nesta quarta, ela recebeu 15,025 após pisar fora do limite. No domingo, também com uma pisada fora, ela ganhou 15,100.
Nas barras assimétricas, a equipe teve o segundo pior desempenho entre todas as finalistas. A maior nota foi de Jade Barbosa, com 14,725. Já na trave, embora também tenham obtido a segunda pior nota da decisão, as brasileiras mostraram evolução em relação às eliminatórias, com 43,900 pontos no total. Assim, a equipe não conseguiu deixar a última colocação da final.
"Claro que dava para ser melhor, mas entrar em uma final pela primeira vez não é fácil", revelou Jade. Ela, Ethiene e Ana Cláudia disputam as Olimpíadas pela primeira vez.
A final por equipes foi a primeira chance de o Brasil quebrar o tabu de nunca ter conquistado uma medalha na ginástica. A próxima oportunidade acontecerá na madrugada de sexta-feira, com Jade Barbosa e Ana Cláudia Silva na final do individual geral. No domingo, Jade tentará uma medalha no salto, enquanto Daiane dos Santos e Diego Hypólito vão brigar pelo pódio no solo.