A atiradora Wenjun Guo garantiu a terceira medalha de ouro da China com um recorde olímpico na final da pistola de ar 10 m feminina neste domingo.
Russa Natalia Paderina (esq.)com a georgiana Nino Salukvadze no pódio |
O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, recebeu na manhã de domingo um comunicado do presidente do Comitê Olímpico da Geórgia e do ministro de Esportes do país informando que a delegação vai continuar em Pequim independente da evolução do conflito contra a Rússia. Rogge parabenizou as autoridades da Geórgia e, através de sua porta-voz, declarou que a decisão reflete o espírito olímpico e os valores representados pelos Jogos. O porta-voz da delegação destacou que os atletas da Geórgia "vão seguir competindo com ainda mais paixão e determinação, contra todas as nações incluindo a Rússia". Durante a semana, o exército russo lançou bombardeios e sobrevôos na região da Ossétia do Sul, que pertence à Geórgia e luta pela independência, com o apoio do governo da Rússia. |
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A chinesa subiu no lugar mais alto de um pódio que reuniu atletas de dois países em conflito - a campeã mundial Natalia Paderina, da Rússia, que levou a prata, e Nino Salukvadze, da Geórgia, dona do bronze.
Paderina fez 391 pontos e bateu o recorde olímpico em eliminatórias - somente um ponto a mais que a chinesa Wenjun Guo. Porém, na final, a atiradora da casa teve mais precisão, chegou a 492,3 pontos e ainda superou o recorde olímpico total, que pertencia à russa Olga Klochneva, que fez 490,1 em Atlanta-1996.
A russa terminou a decisão na segunda posição com 489,1 pontos e levou a prata. Nino Salukvadze, que, assim como os outros 35 atletas da Geórgia quase abandonou os Jogos devido à invasão da Rússia na Ossétia do Sul, ganhou o bronze com a marca de 487,4 pontos.
O público de cerca de 2.000 espectadores no Centro de Tiro de Pequim festejou a medalha de Guo e aplaudiu todas as finalistas, menos a russa Paderina. Ela e a georgiana Salukvadze se cumprimentaram no pódio.
A atleta da Geórgia, que ganhou medalha de prata em 1988 competindo pela União Soviética, chorou após a conquista do bronze e revelou sua preocupação com a situação de seu país.
"Estive muito nervosa nos últimos dias. Até ontem, achava que não rira competir. As autoridades da Rússia e da Geórgia deveriam conversar para resolver isso", disse Salukvadze.
A delegação da Geórgia chegou a divulgar uma declaração anunciando o abandono dos Jogos, alegando que seria importante estar junto com o povo do país neste momento delicado.
Porém, após os insistentes apelos do presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, os atletas decidiram continuar a participação nas Olimpíadas.