Com tranqüilidade e sem protestos, a tocha olímpica passou nesta quarta-feira pela cidade mítica de Shangri-La, na China. A paz ao longo do percurso foi uma boa notícia para as autoridades chinesas, uma vez que a cidade está localizada entre a Índia e a China, na região do Tibete, cujo domínio chinês é o principal motivo das manifestações.

A travessia tranqüila da tocha se deve ainda ao terremoto que atingiu o país no último dia 12 e deixou mais de 87 mil mortos e desaparecidos. A impressão de paz, contudo, é temporária. A expectativa é que as manifestações voltem aos poucos, à medida que os chineses retomem a rotina e a tocha se aproxime da região tibetana.

A cerimônia de passagem da tocha olímpica lembrou as vítimas do terremoto com gestos de solidariedade e um minuto de silêncio. Entre as 208 pessoas que carregaram a tocha ao longo das paisagens de Shangri-La, o destaque ficou por conta de Jin Feibao. O chinês entrou para o Guiness Book por conta de sua coleção de selos olímpicos, a maior do mundo.

Shangri-La é uma cidade lendária, criada pelo escritor inglês James Hilton em seu romance Horizontes Perdidos, de 1933. No livro, a cidade remete a paisagens paradisíacas e um povo isolado do mundo exterior. Originalmente chamada Zhongdian, a pequena cidade teve seu nome mudado pelo governo chinês para Shangri-La, em 2002, em uma rara estratégia de marketing, atraindo turistas estrangeiros com a fama literária e a beleza da região. Agora a chama olímpica seguirá para a cidade de Guiyang.

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