Veja os trunfos de beisebol, luta e squash na disputa para ser olímpico

José Ricardo Leite

Do UOL, em São Paulo

  • AFP PHOTO / ANDREW DENT

    Squash é o único dos postulantes que jamais foi olímpico

    Squash é o único dos postulantes que jamais foi olímpico

O sábado, 7 de setembro de 2013, será de alegria ou tristeza não somente para cidades que sonham em organizar os Jogos 2020, mas também para fãs e dirigentes de esportes que desejam adentrar ou voltar ao programa olímpico. O COI (Comitê Olímpico Internacional) divulgará, juntamente com a cidade vencedora da eleição (Madri, Istambul e Tóquio disputam a final), se beisebol (com softbol), luta olímpica e squash estarão entre as modalidades na Olimpíada seguinte à do Rio de Janeiro.

Os dois primeiros já fizeram parte em edições anteriores e tentam voltar. O terceiro quer pela primeira vez fazer parte. Karatê, wakeboarding, escalada, wushu e esportes sobre patins também tentaram entrar, mas foram descartados antecipadamente.

A tendência é que apenas um dos três seja incluído, em uma espécie de concorrência entre eles. Mas existe até a remota possibilidade de que o COI entenda que nenhum deles mereça a chance. Algo difícil, no entanto, pelo discurso dos dirigentes no momento do anúncio dos três finalistas.

LEIA MAIS SOBRE OLIMPÍADAS

  • Reprodução

    Entre as três propostas apresentadas ao COI (Comitê Olímpico Internacional) para a Olimpíada 2020, duas cidades-candidata, Madrid e Tóquio, têm planos bem mais baratos do que o previsto no dossiê do Rio-2016 para realizar os Jogos. Istambul tem um projeto mais caro do que o brasileiro. A escolha ocorrerá em Buenos Aires, neste sábado. Leia o post de Rodrigo Mattos

  • Divulgação

    A Prefeitura do Rio de Janeiro fez um acordo com a associação comercial da cidade no início do ano passado para a construção do Pavilhão Olímpico. O espaço foi planejado para que a população carioca pudesse se informar e monitorar o andamento das obras para os Jogos Olímpicos de 2016, que acontecerão na capital fluminense. O que serviria para o acompanhamento de custos e prazos, entretanto, atrasou. O pavilhão só deve estar funcionando um ano após o prometido. Leia a matéria completa

"O Conselho Executivo ouviu excelentes apresentações. Não foi uma decisão fácil, mas eu sinto que os meus colegas do conselho tomaram uma boa decisão. Desejo sorte para essas três modalidades na votação em setembro e gostaria de agradecer aos outros esportes pelo trabalho árduo e dedicação", afirmou o presidente do COI, Jacques Rogge, em maio, quando as três finalistas foram anunciadas.

O UOL Esporte conversou com representantes nacionais dos três esportes para ouvir sobre a expectativa e o que acreditam que pode fazer a diferença a favor da votação.

Beisebol/Softbol

O beisebol fez parte oficialmente do programa olímpico a partir dos Jogos de 1992, em Barcelona, e foi até a edição retrasada, de 2008, em Pequim. Já o softbol entrou em 1996. Ambos foram retirados do programa pelo COI com a justificativa de altos gastos para a realização de ambos por serem disputados em locais diferentes.

O excessivo número de atletas nas delegações também foi um problema, assim como algumas divergências entre federações nacionais e o COI quanto aos exames antidoping. Agora, de acordo com a Confederação Brasileira, tudo está resolvido e os dois esportes estão prontos para voltar.

"Foi feita a fusão das confederações de beisebol e softbol, que era uma das exigências do COI para que usássemos um único campo para as duas disputas. A própria Major League (Liga norte-americana de beisebol) agora faz exames antidoping similares aos feitos pelo COI", falou Jorge Otsuka, presidente da Confederação Brasileira.

O dirigente brasileiro vê os altos índices de audiência e valores de investimento no esporte em países de relevância como um trunfo para que o beisebol saia vencedor. "O beisebol deve voltar porque nos países de primeiro mundo o é esporte numero um, como nos Estados Unidos, Canadá e Japão. Também é muito praticado na América Central e é um esporte coletivo. As médias de público são muito altas nesses países, algo em torno de 45, 50 mil pessoas por jogo."

Luta Olímpica

A luta olímpica é um dos esportes mais tradicionais dos Jogos e é disputado desde a edição de 1896. A recomendação do COI para sua exclusão, em fevereiro desse ano, foi uma grande surpresa para o mundo do esporte.

A ameaça foi um aviso após algumas divergências entre a entidade máxima olímpica e dirigentes da confederação internacional de lutas. O COI cobrava, entre outras coisas, uma modernização do esporte e adequação a alguns padrões olímpicos.

O presidente da federação internacional foi trocado pouco tempo depois do baque, e a rápida reação e histórico nos Jogos são apostas para continuar fazendo parte.

"A Federação Internacional foi rápida na reação, se articulou, elegeu outro presidente e veio produzindo retorno técnico necessário para essa modernização. A modalidade nunca perdeu foco no seu interesse, foi um mal entendido. E a luta é algo milenar, histórico. Acreditamos que isso possa pesar a favor", falou Felipe Iglesias, subgerente da confederação brasileira.

Squash

O squash já tentou outras duas vezes fazer parte de uma edição de Olimpíada, mas não obteve sucesso.

Pesava contra sua entrada a dificuldade de transmissão pela TV pela pouca visibilidade da bola. Fato que, segundo a Confederação Brasileira de Squash, já não apresenta mais problemas. "Hoje a própria BBC faz transmissões por já existir sistema de transmissão de alta definição", falou Nelson Beto, secretário-executivo da federação nacional.

A recente decisão dos membros do COI em colocar o Rio de Janeiro como sede e pela primeira vez abrir espaço para um país fora do eixo América do Norte, Europa e Ásia é algo que serve como inspiração. A ideia de dar novas chances a quem nunca teve.

"Dentro de todos os esportes, ele é o mais barato. E se o COI continuar a pregar esse perfil, podemos ter uma chance por nunca termos participado. O Squash é rápido,  moderno e dinâmico."

 

UOL Cursos Online

Todos os cursos