Romário paraolímpico diz que, caso ganhe o ouro, empresta medalha para o ídolo "tirar foto"

José Ricardo Leite

Do UOL, em São Paulo

  • EE/Gerry Penny

    Romário do golbol é flamenguista e usa a camisa número 6

    Romário do golbol é flamenguista e usa a camisa número 6

Se Romário já se aposentou dos gramados, o Brasil não ficou sem um artilheiro com o mesmo nome. No golbol, modalidade dos Jogos Paraolímpicos, o país tem seu goleador homônimo do tetracampeão para tentar conduzir o time a uma medalha.

Romário Diego Marques, de 23 anos, é o artilheiro do time, que já está nas semifinais e decide nesta quinta uma vaga para a decisão. Ele já fez 22 gols em seis partidas e deixou a vitória de quarta-feira por 3 a 0 sobre a Bélgica como o maior goleador do torneio.

ROMÁRIO NUNCA GANHOU O OURO

  • Wilson Melo / Folhapress

    Romário foi artilheiro dos Jogos de 88 e até marcou contra a União Soviética na final, mas Brasil levou a virada e ficou com a prata

Ele ganhou o nome do pai, um flamenguista, por este ser fã do jogador. Mas o artilheiro do golbol jamais teve a oportunidade de conhecer o baixinho. Sonha com isso. “Não conheço, mas adoraria conhecê-lo, tomara que a gente conquiste uma medalha para eu conhecê-lo. Ele fazia coisas incríveis”, falou.

Romário Marques tinha cinco anos quando o Brasil foi tetracampeão e teve poucas chances de ver o atacante em campo. Começou a perder a visão com 15 anos, em 2004, com o craque já na fase final de sua carreira.

O respeito é tanto com o craque que o Romário paraolímpico diz que não saberia o que mudar no ex-jogador e que caso ganhe o ouro na Paraolimpíada não vai “provocar”  ídolo, que foi prata em 88 e nunca foi campeão olímpico.

“Se eu ganhar o ouro não vou tirar com ele não, se ele quiser tirar uma foto segurando com a medalha”, falou, em tom de brincadeira. “O que eu mudaria num jogador que foi campeão e melhor do mundo? Nada, pô, não tem como. Talvez pediria pra ele ser menos marrento”, continuou.

Ao ser questionado qual das habilidades do Romário ex-jogador ele preferia ter, a qualidade para os gols ou a vocação para se dar bem com as mulheres, ele não hesitou.

“Pô, assim você vai me complicar com minha mulher. Prefiro com a bola no pé, bola no pé”, brincou.

O golbol é um esporte disputado por cegos ou pessoas com pouca visão. Cada equipe tem três jogadores, e eles atacam e defendem com as mãos. A bola é de guizo.

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