Dirigente francês ataca tecnologia britânica e iguala Paraolimpíadas à Fórmula 1: 'Não dá pra competir'

Do UOL, em são Paulo

  • AP Photo/Lefteris Pitarakis

    Francês diz que britânico Weir (foto), campeão mundial, não chegaria à final com uma cadeira "comum"

    Francês diz que britânico Weir (foto), campeão mundial, não chegaria à final com uma cadeira "comum"

“Não dá pra competir com vocês”. É assim que o vice chefe da delegação paraolímpica da França, Rudy Van Abeele, fala a respeito da tecnologia usada pelos britânicos nos Jogos. O dirigente declarou que os atletas locais se aproveitam de “doping tecnológico” e disse que os investimentos deixaram os Jogos como a Fórmula 1.

“Para mim, a cadeira de rodas é, no mínimo, 25% do desempenho e o Reino Unido tem a tecnologia mais avançada. É um doping tecnológico, porque não está disponível para todos”, disse Abeele.

Para o francês, a equipe britânica leva vantagem sobre os países mais pobres porque gastou centenas de milhares de libras para o desenvolvimento de ponta nos equipamentos. Na última semana, o periódico britânico The Mail on Sunday revelou que o Reino Unido gastou 700 mil libras (mais de R$ 2,2 milhões) em pesquisas e inovação.

“O custo é em torno de 5 a 7 mil libras (por cadeira). Para muitas pessoas, são quantias que jamais ganharão em toda a vida”, continuou Abeele.

Reclamações mais contidas vieram da diretora da equipe francesa de ciclismo, Isabelle Gautheron, ao declarar que os britânicos tinham “rodas mágicas”, e da delegação jamaicana, que informou que não participaria de nenhuma corrida em cadeira de rodas devido aos altos custos.

Um argumento em defesa do alto investimento em tecnologia no esporte paraolímpico é o de que as melhorias podem ser aproveitadas futuramente para o dia a dia de pessoas com deficiência. Para o francês, os equipamentos foram feitos de maneira tão específica para cada competidor britânico que seria impossível outra pessoa usar.

Em contrapartida, um porta-voz da Associação Britânica Paraolímpica declarou que o país tem “sorte com os financiamentos” e por deter um setor de engenharia de renome mundial. “Nosso trabalho, apoiado em patrocinadores comerciais e fundos de loterias, é deixar nossos atletas preparados da melhor maneira possível para competir mundialmente, de maneira limpa e justa”.

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