Federação não vê marmelada no vôlei e justifica erros dos juízes pela "tradição"
Gustavo Franceschini
Do UOL, em Londres (Inglaterra)
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AP Photo/Jeff Roberson
Ataque de Fernanda Garay em duelo contra a Rússia causou reclamação dos brasileiros
A FIVB (Federação Internacional de Vôlei) se pronunciou, neste sábado, sobre algumas das polêmicas que movimentaram o torneio olímpico, mas foi política. Em entrevista coletiva, o presidente da entidade, Wei Jizhong, disse que segue tentando encontrar o melhor sistema para evitar as “marmeladas” e justificou o excesso de erros da competição como uma consequência da tradição.
A discussão sobre os jogos com resultados combinados é antiga. O sistema atual de competição foi especialmente montado depois do fiasco do Mundial masculino de 2010, em que o Brasil foi acusado de entregar o jogo contra a Bulgária para fugir de um confronto com Cuba.
Nesta edição das Olimpíadas, China e Coreia do Sul foram acusadas de armação na primeira fase quando se enfrentaram na última rodada e terminaram o jogo com o exato placar que classificava as duas equipes. Questionado pelos jornalistas, Jizhong disse que a entidade ainda trabalha para melhorar o sistema de classificação, mas que não tem como provar nada no caso específico do confronto entre os asiáticos.
O cartola também foi pressionado pelos constantes erros de arbitragem, que já atrapalharam partidas importantes. O Brasil, por exemplo, viu o time feminino sair de sintonia no tie-break contra a Rússia depois de um erro crasso em uma ataque de Sheilla. Já a equipe de Bernardinho se irritou com os árbitros na partida contra a Sérvia e foi muito beneficiada no fim do segundo set contra os Estados Unidos, na primeira fase.
Nas Olimpíadas, os árbitros principais fazem parte do circuito mundial, mas os fiscais de linha são londrinos chamados para a função, sem a mesma experiência que seus colegas. "Essa é uma tradição, não só do vôlei. E nós respeitamos a tradição. Podemos discutir isso mais adiante para mudarmos, mas essa é a tradição", disse Jizhong.