O velejador brasileiro duas vezes medalhista olímpico, Bruno Prada, apontou, em uma vídeoconferência realizada pelo Minisério do Esporte nesta sexta-feira, a falta de psicológico como o principal problema enfrentado pelos atletas brasileiros em competições internacionais.

Medalha de bronze nos Jogos de Londres, ao lado de seu parceiro Robert Scheidt, Prada criticou um sentimento de inferioridade dos esportistas do Brasil. "Muitas vezes o atleta brasileiro perde porque vê que o estrangeiro tem nome, acha que não tem chances”, apontou.

Aos 45 anos, o atleta da vela ainda pediu investimentos do governo para tentar derrubar esta barreira enfrentada pelos brasileiros. "O esporte é 50% psicológico e temos que saber lidar com isso, eu acho que o Brasil precisa trabalhar isso. Precisariam investir muito na psicologia esportiva", ressaltou.

No caso das Olimpíadas, Prada aponta a Vila Olímpica como uma grande distração para os atletas e reforça a importância de saber ter foco e se concentrar para as competições.

“A Vila Olímpica tem várias armadilhas, é a maior festa do esporte, tem muita badalação, tem muita vaidade, tem muita mulher bonita, então você tem que saber se concentrar, quando estiver próximo de competir, ir para o seu quarto, se fechar lá. O importante é fugir destas armadilhas”, explicou.

A teoria de Prada foi confirmada pelo secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser. “O brasileiro ainda tem um pouco de medo. A gente fala ´vamos chegar entre os dez’ e os brasileiros já pensam ‘e se a gente não chegar’. Não pode pensar assim”, alertou.