Com times de polo feminino treinando artes marciais, Itália aposta em gigante de 100 kg
Do UOL, em São Paulo
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REUTERS/Laszlo Balogh
Elisa Casanova: corpo de 1,85 m e 100 kg ajuda na luta subaquática do polo
Elisa Casanova tem 38 anos, 1,85 m e 100 kg. O corpo seria normal se ela fosse uma judoca peso pesado ou competisse no levantamento de peso. Mas em Londres-2012, a italiana vai vestir um maiô e cair na água. A gordinha é jogadora do time de polo aquático da Itália. E das boas. E o corpo avantajado é sua maior arma.
Ao contrário do que muitas pessoas podem pensar, polo aquático é um dos esportes mais violentos das Olimpíadas. Já viu disputas por posição no handebol? Imagine isso dentro da água, com a possibilidade de tentar afogar seu rival e socá-lo (ou chutá-lo) embaixo d’água, onde o juiz não vê. As coisas podem ficar tão violenta que as equipes femininas estão treinando artes marciais para competir – os homens fazem isso há mais tempo.
O time do Reino Unido é um deles. “Muito do esporte é luta. Temos um instrutor de luta olímpica para isso. Praticamos muito fora água”, admite Frankie Snell, uma das jogadoras da equipe.
Outro time que usa a tática é a Austrália, chamada pelas britânicas de “o time mais sujo do mundo” e pela própria peso-pesado Elisa de “equipe de luta greco-romana”. O técnico da equipe, porém, nega que o propósito seja agredir. “Nós consultamos alguns técnicos de luta olímpica, para treinar como nos desvencilhar. E observamos o que os homens fazem”, afirma Greg McFadden.
- Fotos: Reuters/Laszlo Balogh
Em um ambiente tão violento, Elisa está entre as melhores do mundo. Se fora da água ser corpulenta é um problema, dentro é uma vantagem. O próprio rival, o técnico McFadden, é só elogios. “O peso dá muita vantagem no esporte. E ela é grande, rápida e explosiva. E muito habilidosa”.
O sucesso da gordinha surpreende não só pelo peso. Ela só chegou à seleção quando muitos atletas estão perto da aposentadoria: sua estreia na equipe italiana aconteceu aos 33 anos. Mesmo assim, em cinco anos se tornou uma das atletas mais importantes da equipe e hoje é a capitã italiana. Em Londres, a equipe não está tendo um torneio tão bom. Perdeu a estreia para a Austrália e o segundo jogo para a Rússia. Elisa, até agora, está jogando, em média, 19 minutos e marcou um gol.
* Com informações dos jornais The Australian e The Telegraph e do portal Genova 24.