Mulheres árabes comemoram crescimento no esporte: "Não haverá mais barreiras"

Do UOL, em São Paulo.

Os Jogos Olímpicos de Londres serão históricos para mulheres árabes. Únicos países que nunca tiveram mulheres na delegação, Qatar, Brunei e Arábia Saudita irão contar com a presença feminina nas Olimpíadas que começam nesta sexta. O fato inédito é comemorado até mesmo por atletas árabes que não irão aos Jogos.

“Nós somos pioneiras. Nós vamos abrir portas”, diz Mayson Mamoun, capitã da equipe saudita de basquete. O time do país só pode treinar em locais privados, o que fez com que a outra capitã, Maysan Al Sowayigh, convencesse seus pais a transformar o quintal de sua casa em uma quadra.
 
Ainda no início e sem vaga para os Jogos, a equipe tenta fazer com que os pais deixem suas filhas treinarem. A missão não é fácil, já que o esporte feminino é proibido em escolas públicas.
 
Em documentário sobre mulheres árabes no esporte, com exibições gratuitas no centro de Londres, Mamoun fala do sonho em ver sauditas jogando “publicamente” e das proibições de frequentarem clubes no país. “Eu acho que isso não vai durar para sempre”, diz. As gravações foram feitas antes que a Arábia Saudita anunciasse a inédita participação de duas mulheres nos Jogos de Londres.
 
O Qatar é outro país que tenta expandir a prática de esportes e irá exibir o documentário em Doha ainda este ano. No início da preparação para sediar as Olimpíadas de 2024, o Qatar terá uma delegação feminina pela primeira vez, com quatro atletas.
 
Uma delas é a jovem Noor Al Malki, de 17 anos, que disputa os 100 metros no atletismo. Malki, que corre com os cabelos cobertos, conta que no início tinha vergonha por não usar o tradicional véu islâmico, mas com o tempo foi encorajada pelos irmãos. “Eles diziam apenas para eu ser forte”. Além da futura realização das Olimpíadas, o Qatar sediou os Jogos Asiáticos em 2006, o que gerou os primeiros incentivos às mulheres esportistas.

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