Em um intervalo de menos de 12 horas, a mesa-tenista brasileira Caroline Kumahara vai enfrentar uma intensa montanha russa de emoções em Londres. Nesta sexta-feira a adolescente participa da cerimônia de abertura da Olimpíada, bem no dia de seu aniversário de 17 anos. Poucas horas depois, na manhã de sábado, a jovem faz sua estreia nos Jogos, independentemente se o cansaço e a euforia da noite anterior não tiverem passado.

Kumahara é a segunda mais jovem da delegação brasileira e faz parte do pequeno grupo de atletas do país abaixo da maioridade, em companhia da canoísta Ana Sátila, de 16 anos, e da ginasta Harumy de Freitas, de 17 anos. A integrante da equipe feminina do tênis de mesa revela que refletiu bastante sobre se deveria ou não testemunhar a cerimônia de abertura desta sexta, mas decidiu encarar o risco do cansaço para a estreia, em nome do momento histórico de estrear em uma Olimpíada.

"Na verdade a gente estava meio em dúvida, porque eu jogo dia 28 cedo. Estava em dúvida se ia ou não, mas tenho quase certeza que eu vou. Essa foi uma decisão minha. Eu estou feliz, estreando em Olimpíada com 17 anos, fazer aniversário no dia da abertura, isso vai ser um marco especial na minha vida", afirmou a mesa-tenista após o treino de quinta-feira em Londres.

A circunstância de comemorar aniversários longe de casa tem virado uma rotina para Caroline, que apagou velinhas viajando em 2010, na Coreia do Sul, e no ano passado, durante os Jogos Regionais no interior de São Paulo. No entanto, a adolescente já projeta a festa em pleno estádio Olímpico de Londres como o seu "27 de julho" mais especial.

"Por ser na abertura das Olimpíadas fez com que eu sentisse uma emoção diferente. Então acho que vai ser o aniversário mais importante da minha vida", declarou.

Depois da experiência na cerimônia de abertura, a novata brasileira joga contra Yasmin Hassan Farah, do Djibuti, às 9h45 da manhã, horário de Londres (5h45, de Brasília). O confronto é válido pela primeira rodada da competição individual.

A decisão arriscada de expor o físico a uma cerimônia festiva antes de um compromisso esportivo é elogiada pelas companheiras de equipe.

"Eu acho que isso é personalidade, porque é um marco para ela. Nas outras Olimpíadas que eu fui, uma tinha 19 e na outra 23 anos. Fui para a abertura e tinha competição no outro dia. Se fosse a primeira eu iria, com certeza, independente das consequências. Mas lógico que precisa ter responsabilidade, porque no outro dia tem jogo", apoia Ligia Silva, próxima de sua terceira Olimpíada.