Saiba como o material olímpico dos atletas brasileiros chega até Londres

Bruno Freitas, Gustavo Franceschini e José Ricardo Leite

Do UOL, em São Paulo

  • Larry W. Smith/Reuters

    Rodrigo Pessoa monta cavalo Rebozo, que será utilizado nos Jogos Olímpicos

    Rodrigo Pessoa monta cavalo Rebozo, que será utilizado nos Jogos Olímpicos

Cavalos, barcos, varas, espadas, armas e bicicletas são alguns dos equipamentos mais complexos necessários para atletas de diferentes modalidades disputarem uma edição de Jogos Olímpicos.

O UOL Esporte ouviu as confederações nacionais de hipismo, vela, atletismo, esgrima, tiro e ciclismo para saber o procedimento para que seus respectivos materiais cheguem nas mãos dos atletas que disputarão os Jogos de Londres.

Depósitos, caminhões especiais, containers e tarifas extra das companhias aéreas são necessários para que os atletas tenham, sem problemas, seus equipamentos para disputar as competições.

Mas as confederações se dizem totalmente alinhadas com o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e organização da competição para os procedimentos necessários.

Os Jogos Olímpicos de Londres têm início marcado para o próximo dia 27 de julho.

VEJA COMO CICLISMO, ESGRIMA, ATLETISMO, VELA, TIRO E HIPISMO VÃO SE VIRAR PARA OS EQUIPAMENTOS CHEGAREM EM LONDRES

  • O ciclismo costuma enfrentar problemas em competições pelo mundo. Porém, para Londres, o COB já combinou com a companhia aérea responsável para levar os equipamentos. Na chegada à capital inglesa, as bicicletas são levadas até a Vila Olímpica de caminhão, enquanto uma van leva os atletas. Atleta e equipamento só se "reencontram" depois do aeroporto no destino final. “Em eventos como esse o COB agiliza isso. Mas sofremos durante o ano com excesso de bagagens e extravios”, falou Emerson Silva, técnico da seleção brasileira de ciclismo.

  • As espadas dos atletas da esgrima não chegam a ser um grande problema. Tudo é depositado em uma mala chamada "saco d'armas", que pesa com os equipamentos em torno de 20 kg e tem cerca de 1,20 m de altura. Ela vai no avião com o atleta e na chegada ao destino também segue em suas mãos, como uma mala pessoal. Não é necessário um transporte local na cidade exclusivamente para os equipamentos. “Para a Olimpíada já temos toda a atenção devida”, falou Ricardo Machado, vice-presidente da Confederação Brasileira de Esgrima.

  • A única modalidade do atletismo que causa grande transtorno é o salto com vara. Mas a Confederação Brasileira de Atletismo diz que o COB já acertou com a companhia aérea. As varas vão no mesmo voo que o atleta. Em Londres, serão levadas em um pequeno caminhão até a Vila Olímpica ou estádio. As tarifas extras cobradas pelas companhias giram em torno de US$ 150 por vara. Mas isso fica por conta das confederações, e os atletas não colocam a mão no bolso. Fabiana Murer (foto) é uma das saltadoras do país.

  • As embarcações dos atletas brasileiros estão em Weymouth (local da competição olímpica) desde o final de maio. Estão em um container da marina que receberá o equipamento de atletas de todos os países participantes. Os barcos estavam na base europeia da equipe brasileira, na França, e viajaram até a Inglaterra em várias carretas. Alguns atletas como a dupla da Star Robert Scheidt e Bruno Prada já usaram o material para treinar na localidade.

  • O procedimento no tiro é o mesmo adotado no evento-teste da modalidade, realizado em abril passado. O equipamento dos atletas estrangeiros chega pelo aeroporto de Heathrow e imediatamente passa a ficar sob a guarda do exército britânico. Armas e munições serão depositadas diretamente nos stands de competição e treino, na Royal Artillery Barracks. Brasil tem até agora dois representantes no tiro esportivo: Felipe Fuzaro, na fossa olímpica dublê masculino, e Ana Luiza Ferrão, na pistola 25 m feminino.

  • Os cavalos são transportados como carga especial e são acompanhados por veterinários por toda a viagem. O mais complicado é a regra de entrada de cada país. Em alguns locais, para prevenção de doenças, eles são obrigados a ficar em quarentena. Na China, há quatro anos, eles ficaram em Hong Kong, e o calor forte do local atrapalhou a adaptação dos cavalos. Em Londres, não será necessário fazer quarentena, por isso os cavaleiros acreditam que o processo vai ser menos traumático.

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