Ayrton Senna inspira brasileiro do triatlo por meta de inédito top 10 olímpico para o país

Bruno Freitas

Do UOL, em São Paulo

  • Reprodução e Luiz Pires/VIPCOMM

    Triatleta Reinaldo Colucci tem Ayrton Senna como uma de suas inspirações no esporte

    Triatleta Reinaldo Colucci tem Ayrton Senna como uma de suas inspirações no esporte

Não apenas de medalhas se fazem os sonhos olímpicos, como atesta os planos do triatleta Reinaldo Colucci, classificado para os Jogos de Londres deste ano. O brasileiro viajará ao evento com a missão auto estipulada de conseguir o primeiro top 10 do país na história da modalidade. Para isso, admite usar como inspiração o legado esportivo do ídolo Ayrton Senna.

"Eu acompanhei pouco o Senna, era muito novo na época do acidente [com 8 anos em 1994]. Mas sempre admirei ele, vejo os vídeos dele na internet, me motivam, pela vontade, pelo profissionalismo, pela procura pela vitória, pela perfeição. A atitude esportiva de competir em alto nível, de sempre querer ganhar. Ele demonstrava isso de forma excelente", afirma o triatleta de 26 anos, que parte para a segunda Olimpíada de sua carreira.

QUEM É REINALDO COLUCCI

Nascimento: 29/10/1985, em Descalvado
Altura: 1.90m
Peso: 72 kg
Profissional: desde: 2002
Hobbie: pescar
Filmes preferidos: Missão Impossível, Duelo de Titãs, Coração de Cavaleiro
Uma frase: "A dor é passageira, a glória dura para sempre", de Lance Armstrong, lenda do ciclismo

Além do fascínio pela imagem vitoriosa de Senna, o senso de entrega de Colucci a seu esporte passa ainda pelo livro "A Semente da Vitória", do preparador Nuno Cobra, que foi uma espécie de guru físico-mental do ídolo da Fórmula 1 antes de sua morte precoce.

"Pela dedicação aos detalhes. Ele tem em sua filosofia a história de prezar o sono, a alimentação. É o equilíbrio da rotina total, de evoluir aos poucos. Não adianta evoluir lá em cima, em nível de competição, e voltar a regredir em outros aspectos", comenta o triatleta sobre o livro de Cobra.

Colucci leva a Londres a bagagem de sua estreia olímpica há quatro anos, em Pequim, quando saiu com 37º lugar. O paulista trabalha com a meta de terminar entre os dez primeiros na competição masculina, façanha inédita para o país, que atualmente tem o 11º lugar de Sandra Soldan em Sydney-2000 como melhor resultado no triátlon [nos mesmos Jogos, Leandro Macedo foi 14º, melhor marca entre os homens].

"Quero terminar no top 10. Acho que tenho condições de conseguir isso pela primeira vez para o Brasil", afirma Colucci, que aponta os irmãos britânicos Jonathan e Alistair Brownlee e o espanhol Javier Gómez como principais favoritos da modalidade em Londres.

O triatleta de 26 anos tem a bicicleta como ponto forte de seu repertório de competição e, por isso, nos meses que antecedem os Jogos de Londres trabalha os outros fundamentos que compõem a modalidade. A meta de Colucci é melhorar sua largada na água, nos primeiros três minutos de prova, e evoluir na corrida. "É uma diferencinha que me separa dos melhores atletas do mundo", diz.

A prova do triatlo na Olimpíada acontece no dia 7 de agosto, em um complexo montado junto ao Hyde Park, no centro turístico de Londres, onde Colucci já competiu em eventos-teste nos últimos dois anos. A localização da estrutura de competição obrigará o brasileiro a se instalar num hotel próximo, distante da Vila Olímpica e das estrelas do esporte internacional.

Até lá, o brasileiro leva sua preparação para duas provas internacionais, em Kistzbuhel, na Áustria (junho), e em Hamburgo, na Alemanha (julho).

CELEBRIDADE EM CIDADE DE 30 MIL HABITANTES

Nascido em Descalvado, Reinaldo Colucci é uma espécie de celebridade na cidade do interior de São Paulo, localizada na região de São Carlos, que conta com pouco mais de 30 mil habitantes. Após a medalha de ouro no Pan-Americano de Guadalajara em 2011, o triatleta inspirou uma mudança na legislação local para poder ser homenageado.

"Meus pais ainda moram lá, eu resido em São Carlos, a 50 km da cidade. Mas praticamente todo final de semana eu vou, agora eu tenho uma filhinha e levo para eles verem a neta. Tenho bastante laços com a cidade. Depois da medalha do Pan, fui o primeiro cidadão de Descalvado a receber um titulo benemérito, em uma alteração aprovada por projeto de lei. É oferecido a alguém que atingiu mérito e elevou o nome da cidade a dimensões maiores. Tive oportunidade de inaugurar essa linha de premiações", relata.

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