Irmã de Cielo ganha apelido de "Romário" e decide trocar potencial nas águas por jornalismo
José Ricardo Leite
Do UOL, no Rio de Janeiro
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Reprodução/Twitter
Fernanda Cielo, que decidiu seguir carreira no jornalismo e abandonar a natação
A cidade de Santa Barbara D´Oeste, no interior paulista, poderia ver outro membro da família Cielo brilhar na natação além do campeão olímpico e mundial Cesar, o filho.
Isso porque sua irmã, Fernanda Cielo, 21, chegou a se dedicar ao esporte, mas há três anos decidiu de vez tê-lo apenas como hobby e partir para o mundo da comunicação. Ela se forma em jornalismo este ano e já começou outra faculdade, de marketing.
O pai, César Cielo, bem que tentou convencê-la a continuar nas águas. Mas não se importa nenhum pouco com a decisão tomada. Pelo contrário, apoia.
“Ela optou pelo lado do estudo. Quando ela tinha 18 anos, falei ‘filha, vamos pegar firme, botar musculação e aí você vai arrebentar’. Ela falou que queria ser feliz e pronto. Ela tem que ser feliz para chegar onde quer chegar. Vai se formar em jornalismo, já começou marketing e pretende estudar fora”, contou o orgulhoso pai.
Fernanda tinha talento nas águas, mas em algumas circunstâncias não aceitava se privar de tudo. E, ainda assim, vencia provas. Por isso, ganhou do pai até o apelido de “Romário”.
“A Fernanda, quando tinha 15 ou 16 anos, tinha festa de uma amiga dela um dia e no seguinte uma final de Paulista. Falei pra minha filha que tinha paulista amanhã e ela falou tem festa da minha amiga. Ela falou deixa comigo. Ela foi na festa da amiga e no dia seguinte ganhou a prova. Eu comecei a chamar ela de Romário, ela ficava brava, po Romário treinar pra que? Ela era fera, mas não abria mão. Se era amiga, convidou. Ela sabia e nadava porque tinha dom até chegar na faculdade e decidiu estudar. Ela gosta de ir em festa de faculdade, namorado, tudo isso. Ela está feliz. Isso é que importa.”
Fernanda confirma que no início de suas atividades na natação não era tão dedicada quanto o irmão, mas que depois isso mudou, mas o rótulo de “Romáro” permaneceu. Conta ainda não se arrepender da escolha pela carreira em comunicação e nada esporadicamente como hobby.
“Comecei a nadar por incentivo do meu irmão, tinha uma piscininha em casa e ele me ensinava a nadar. Mas quando eu tinha 17 e entrei na faculdade, parei. Era integral [o curso], não tinha como. Na natação você tem que se dedicar muito. Eu entrava 14h no clube e saía 19h. Musculação, treino. E faculdade era das 8h até às 17h10. No final eu já estava com tendinite no ombro, doía. Até tento nadar máster, compito, mas nada demais não”, falou.
“Isso aí [do apelido Romário] lá em casa é assim mesmo. No começo eu não gostava de treinar, não treinava nada. Mas ai eu comecei a pegar gosto, a melhorar, ficar mais velha, mas aí não muda nada né. Sempre era Romário. Ficou sempre isso. Meu irmão era muito [dedicado] e eu não era nada.