Promessa do hóquei na grama sai da plateia para tentar conduzir Brasil a "milagre"

Fabiano Alcântara

Do UOL, em São Paulo

Atleta mais jovem da seleção de hóquei sobre a grama, o armador Matheus Borges, 18 anos, conheceu o esporte em 2007, na arquibancada, durante os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Um ano depois estava na seleção sub-21 e hoje é uma das promessas para conduzir o país no Pré-Olímpico do Japão a uma vaga “milagrosa” em Londres.

Sem tradição na modalidade, o país estreia na competição contra a África do Sul nesta quinta-feira, às 6h30 (horário de Brasília). Para Matheus, mesmo que a seleção não consiga a vaga, estará cumprindo etapas para que nos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro, possa estar em condições de disputar com países em que o esporte é popular.

“No Brasil é difícil porque precisamos de resultados. A mídia só divulga quando tem um resultado ou uma possibilidade de resultado, então vira um ciclo vicioso. Neste momento a gente tem bastente apoio, mas ele começou agora”, diz.

O Brasil ficou de fora até mesmo dos últimos Jogos Pan-Americanos. Hoje, tem atletas da seleção que se aperfeiçoam na Holanda e Inglaterra. No feminino, há intercâmbio com a Argentina.  

Matheus afirma que o hóquei sobre a grama se assemelha mais ao futebol, tanto em relação a posições como na tática, que ao seu primo com fama de violento, não sem motivo, o hóquei sobre gelo. “É bem mais parecido com futebol. Imagine que a gente não pode obstruir o atleta nem com o corpo, muito menos com o taco.”

Ele próprio um ex-jogador de futebol, o armador da seleção afirma que a diferença entre os dois é que o hóquei é muito mais rápido, com mais dribles e ofensividade que o esporte bretão. Assim, quem sabe a solução para aquele jogador perna de pau do seu time não seja um taco de hóquei sobre grama?

Construído dentro da identidade visual dos Jogos, com grama sintética azul e borda rosa choque, a Arena Riverbank, onde será disputado o hóquei sobre grama na Olimpíada de Londres, chama atenção naturalmente. A visibilidade da modalidade ainda ganhou um empurrãozinho quando a princesa Kate Middleton passou por lá e bateu uma bolinha.

Agora, só falta o “milagre” brasileiro. O Pré-Olímpico disputado em Kakamigahara vai até 6 de maio.

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