Remo brasileiro luta por vaga em Londres-2012 e já antecipa cenário pessimista para Rio-2016

Pedro Taveira

Do UOL, em São Paulo

  • Fernando Soutello/AGIF

    Luana Bartholo e Fabiana Beltrame buscarão uma vaga na Olimpíada-2012 no skiff duplo peso leve

    Luana Bartholo e Fabiana Beltrame buscarão uma vaga na Olimpíada-2012 no skiff duplo peso leve

Já prevendo um cenário pessimista para 2016, o remo brasileiro inicia nesta sexta-feira sua caminhada rumo aos Jogos de Londres.

Em Tigre, cidade argentina, atletas do país disputam até domingo o Pré-Olímpico latino-americano, que distribuirá vagas em quatro categorias: skiff simples masculino, skiff simples feminino, skiff duplo leve masculino e skiff duplo leve feminino.

Esta é a última oportunidade para o remo do Brasil garantir seu lugar na Olimpíada-2012. Em maio haverá um Pré-Olímpico mundial, mas o país não irá participar.

A meta da Confederação Brasileira de Remo (CBR) para Londres é não é muito ambiciosa: ter atletas em finais “B”, que garantem presença nas disputas de sétimo a 12º lugar. E, para o Rio, daqui a quatro anos, o cenário não é mais otimista que esse.

QUEM TENTA VAGA EM LONDRES

ATLETA IDADE PROVA
ANDERSON NOCETTI 38 Skiff simples
DIEGO NAZARIO 25 Skiff duplo leve
EMANUEL DANTAS 24 Skiff duplo leve
KISSYA CATALDO 29 Skiff simples
FABIANA BELTRAME 29 Skiff duplo leve
LUANA BARTHOLO 27 Skiff duplo leve

Alegando problemas no desenvolvimento de remadores, a CBR não crê em medalhas nem nos Jogos-2016, diante da torcida brasileira. A entidade prega uma renovação, mas alega que o tempo que resta até a Olimpíada carioca não será suficiente para a formação de novos talentos.

“A CBR está em constante processo de procura de novos atletas, entretanto a formação de novos remadores não se faz em apenas quatro anos. É um processo muito mais longo, de no mínimo oito a dez anos”, explica Thomas Schwerdtner, coordenador administrativo da CBR.

“Esse processo estava estagnado em administrações anteriores e para 2016, no máximo, brigaremos para chegar às finais ‘A’ [disputa do primeiro ao sexto lugar]”, completa o dirigente.

A antiga gestão da CBR foi interrompida no início de 2009, quando a reeleição do ex-presidente Rodney Bernardes para seu sexto mandato foi impugnada. A entidade foi administrada por um interventor até agosto daquele ano, quando Wilson Reeberg assumiu o comando da entidade.

Como reflexo dessa estagnação, o Brasil tentará mandar para Londres atletas mais experientes. Anderson Nocetti, por exemplo, tem 38 anos e tenta, no skiff simples, ir para sua quarta Olimpíada. Dificilmente ele chegará em alto nível aos Jogos no Rio de Janeiro.

A dupla no skiff feminino irá mesclar a bagagem da campeã mundial Fabiana Beltrame com a inexperiência de Luana Bartholo. Apenas Diego Nazário e Emanuel Dantas, que juntos competem no skiff duplo masculino, representam uma nova geração.

Para o coordenador da CBR, a tendência é que as duas duplas estejam mais bem preparadas em 2016.

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