Contra dinheiro do MMA, luta aposta em "sonho olímpico" para evitar fuga de atletas

Do UOL, em São Paulo

Um dos quatro atletas da luta a representar o Brasil em toda história dos Jogos Olímpicos, o superintendente da CBLA (Confederação Brasileira de Lutas Associadas), Roberto  Leitão, aposta no “sonho olímpico” para conter a migração de atletas da modalidade para o MMA.

“Existe um lado positivo e um negativo [no crescimento do MMA. O positivo é que atrai mais participantes, começa a ter mais interesse [na luta olímpica]. Alguns, depois de algum tempo, vão para o MMA para ganhar dinheiro, mas são aqueles que não têm mais o sonho olímpico”, argumenta o ex-atleta convertido em cartola.  

A partir desta terça-feira, dez brasileiros participam do Pré-Olímpico das Américas, até domingo, em busca de juntar-se a Roberto Leitão e Floriano Spiess (Seoul-1988 e Barcelona-1992), Antoine Jaoude (Atenas-2004) e Rosângela Conceição (Pequim-2008).

“Acredito em três vagas olímpicas, sendo otimista”, diz Leitão. Para o dirigente, o aumento do patrocínio destinado à luta registrado nos últimos dez anos tem propiciado investimentos na estrutura, com distribuição de bolsas para atletas e contratações de equipes multidisciplinares. "Melhorou muito", avalia. 

Os atletas estão nos EUA desde o início do mês, treinando em Colorado Springs, e chegaram a Orlando nesta semana.

São eles: Diego Romanelli (até 60 kg), Angelo Moreira (até 66 kg) e Davi Albino (até 96 kg), no estilo greco-romano, Susana Almeida (até 48 kg), Joice Silva (até 55 kg), Dailane Gomes (até 63 kg) e Aline Ferreira (até 72 kg), no estilo livre feminino, além de Daniel Malvino (até 74 kg) e os irmãos Adrian (até 84 kg) e Antoine Jaoude (até 120 kg), no estilo livre masculino.

O Brasil vai para sua segunda seletiva. A primeira foi no último Campeonato Mundial, na Turquia, em 2011, quando nenhum atleta conseguiu a classificação.

Agora, apenas com atletas do continente americano, as chances são maiores, já que adversários mais fortes (Cuba, EUA e Canadá) classificaram atletas em algumas categorias durante o Mundial e não disputarão vaga agora. Classificam-se os dois primeiros de cada categoria, sendo sete categorias na luta grego-romana, sete na luta livre masculina e outras sete na luta livre feminina.

Joice Silva e Aline Ferreira, donas dos melhores resultados da modalidade nos dois últimos anos, medalhistas de bronze e prata nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, respectivamente, são as maiores apostas.

Outros atletas bem cotados são os irmãos Adrian, prata no Torneio Dan Kolov & Nikola Petrov na Bulgária, no início deste ano, e Antoine, atleta mais experiente. Daniel Malvino também tem chance: foi vice-campeão no Pan-Americano da modalidade, no mês passado, em Colorado Springs, nos EUA.

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