O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Londres ganhou apoio de um grupo de Hong Kong, o “Estudantes e estudiosos contrários à má conduta empresarial de Hong Kong” (Sacom, na sigla em inglês), para averiguar as condições de trabalho nas fábricas que produzem as mascotes olímpicss na região.

Segundo Debby Chan Sze, coordenadora da Sacom, a publicação das denúncias talvez chegue tarde demais, pois a empresa Yancheng Rainbow, fabricante das mascotes olímpicas, teve tempo para preparar os trabalhadores e ocultar a verdade sobre as suas reais condições de trabalho.

A entidade publicou em janeiro um informe prévio sobre as condições de trabalho da empresa, em que denunciava a violação dos direitos dos trabalhadores. Sze revelou que a associação utilizou trabalhadores infiltrados para investigar a fábrica, que não oferecia um salário mínimo e nem um contrato ou documento que permitisse que os funcionários cobrassem os seus direitos.

De acordo com a representante da Sacom, muitos trabalhadores se queixaram do excesso de barulho na fábrica e do cansaço por permanecer muitas horas sentados com a postura incorreta, além das condições deficientes de higiene na fábrica e nos dormitórios.

Em janeiro, o jornal britânico The Sun divulgou informações sobre a investigação e descreveu os trabalhadores das fábricas de mascotes como “escravos olímpicos”.

A empresa Yancheng Rainbow afirmou que pretende processar o diário e a Sacom por falsas acusações, segundo a agência oficial chinesa Xinhua, mesmo com a associação afirmando ter prova das condições precárias de trabalho no local.

Segundo o informe da Sacom, o Comitê Organizador de Londres 2012 espera arrecadar ao menos 86 milhões de euros (R$ 196,5 milhões) com a venda de produtos licenciados dos Jogos, a maior parte com as mascotes olímpicas.