"Garfado", lutador do taekwondo apela ao tapetão por vaga em Londres-2012

Do UOL, em São Paulo

  • AP Photo/Martin Mejia

    Márcio Wenceslau (dir.) garantiu a única medalha brasileira do taekwondo em Guadalajara

    Márcio Wenceslau (dir.) garantiu a única medalha brasileira do taekwondo em Guadalajara

Se dentro do tatame, o lutador de taekwondo Márcio Wenceslau, de 31 anos, ficou sem a vaga para os Jogos Olímpicos de Londres, fora dele a CBTKD (Confederação Brasileira de Taekwondo) tenta no tapetão, junto a Federação Mundial de Taekwondo e a União Pan-Americana, um wild card (convite) para o atleta. Derrotado nas semifinais do Pré-Olímpico das Américas, disputado em Querétaro, no México, pelo o atleta da casa Damian Villa, Wenceslau teria sido prejudicado pela arbitragem.

Quinto do ranking da categoria até 58kg e vice-campeão mundial em 2005, o brasileiro liderava o placar por quatro pontos de vantagem a três segundos do final do combate, quando os dois caíram. No reinício da luta, Villa tentou acertar um chute na cabeça de Wenceslau e a arbitragem computou o ponto. Como um chute na cabeça vale cinco pontos, o mexicano foi declarado vencedor.

"Eu abaixei o corpo e defendi o chute com a mão. O pé dele nem chegou perto do meu rosto. Até o Villa veio me pedir desculpa. À noite, um comentarista mexicano disse que não gostaria que o Villa se classificasse daquela maneira", contou o brasileiro ao Jornal da Tarde deste sábado, 07.

O presidente da CBTKD, Carlos Fernandes, diz contar com o apoio do COB. "Em casos especiais a WTF concede esses convites. O Márcio foi garfado. Trata-se de uma situação escandalosa". Normalmente os convites são distribuídos para competidores de países sem tradição, para difundir o esporte. Mas há uma tendência de reverter-se essa tendência. Segundo Wenceslau, "corre-se o risco de haver muitos nocautes e isso não é bom para a modalidade".

Essa não foi a primeira vez que Márcio sentiu-se prejudicado em um combate contra o mexicano. Na semifinal do Pan de Guadalajara, o brasileiro se queixa das duas punições que sofreu. "O México é muito forte nos bastidores", resumiu o atleta que tem no currículo duas medalhas pan-americanas (prata em 2007 e bronze em 2011) e uma participação em Jogos Olímpicos (Atenas-2004). Caso consiga o convite, Marcio se juntará a Diogo Silva (até 68kg) e Natália Falvigna (até 67kg), como representantes do Brasil em 2012.

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