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Ele é apontado como favorito a ouro em 2016, mas joelho é preocupação

Fábio Aleixo

DO UOL, em São Paulo

Em uma campanha que será histórica, o Brasil ganhará dez medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016 e uma delas será de Mauro Vinícius da Silva, o Duda, competidor do salto em distância. A ousada previsão é do renomado site de estatística Infostrada e não assusta nem um pouco o atleta de 28 anos, que disputará no Brasil a sua terceira Olimpíada.  Em Londres-2012, não teve uma boa jornada e acabou apenas na sétima colocação. Em Pequim-08, havia sido apenas o 26º.

“Fico feliz em ser apontado como favorito porque é um reconhecimento do meu trabalho, que estou indo bem. Também devem levar em consideração o fato de eu competir em casa. Mas não vejo como uma pressão, e sim como uma indicação de que posso conseguir esta medalha. E se ela vier, ficarei muito feliz”, disse o bicampeão mundial indoor ao UOL Esporte

Para brigar pelo ouro, ele estima ter de saltar acima dos 8,30m, algo que conseguiu apenas uma vez ao longo de sua carreira, em junho de 2013.

Mas o que preocupa Duda não é a pressão por resultados, nem toda a carga emocional que terá por em competir em casa, e sim ficar completamente livre de lesões, algo que não conseguiu ao longo dos últimos anos. No momento, ele se recupera de uma pequena fissura no joelho esquerdo sofrida no fim de março, enquanto disputava uma etapa do Campeonato Paulista de Atletismo, em Campinas (SP).

Esta era sua primeira competição oficial desde o Campeonato Ibero-Americano em agosto do ano passado. Neste torneio, ficou apenas em sétimo lugar. Competiu com dores que o incomodavam desde a conquista do bicampeonato mundial na Polônia, em março de 2014. Ele até cogitou passar por uma cirurgia na época, mas descartou a possibilidade. Preferiu investir no tratamento com injeções de PRP (plasma rico em plaquetas), mesma metodologia que está utilizando agora.

“O que mais quero é não ter lesão. Até hoje são dez, 11 anos de carreira e nenhum deles consegui ficar 100%, sempre tem uma coisinha atrapalhando. Nunca fiz uma temporada toda sem lesão e esta já não será mais. O ano que vem tem de ser. O problema de ter lesões é que você perde tempo de treinamento”, afirmou Duda, que em sua única competição deste ano conseguiu fazer um salto de 7,82m antes de se lesionar.

A marca já lhe valeu o índice para a disputa dos Jogos Pan-Americanos de Toronto (CAN), em julho. Entretato, ele ainda corre atrás de um lugar na equipe que vai ao Campeonato Mundial de Pequim (CHN), em agosto. Para isso, terá de saltar pelo menos 8,10m até o dia 25 de julho, quando se encerra o período para a obtenção de índices.

Duda e seu técnico Aristides Junqueira, o Tide, planejam a obtenção da marca já no Troféu Brasil, que será realizado entre os dias 14 e 17 de maio em São Bernardo do Campo (SP). Tudo para que o atleta tenha tempo de se preparar com calma para as duas grandes competições da temporada.

“Teremos grandes eventos e tenho de me preparar muito bem. Tive problemas que acontecem, mas temos tempo para voltar bem. Estou treinando bem, sem fazer saltos ainda. Mas acredito que no Troféu Brasil já saltarei acima dos 8m”, disse Duda, que é atleta da BM&F Bovespa.

Em Toronto, Duda fará sua primeira aparição em Pans. Em 2011, em Guadalajara (MEX), ele ficou fora justamente por estar em fase final de recuperação de uma cirurgia a qual teve de ser submetido após romper os ligamentos do joelho direito no início daquela temporada.

“O Pan vai ser uma boa preparação para o Mundial e dá uma visibilidade muito grande para os atletas, pois todos os esportes estão lá e o Brasil sempre vai bem”, disse Duda, que até hoje disputou apenas um Mundial ao ar livre, em 2013, e acabou na quinta colocação.

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