* Lista de modalidades com atletas confirmados para as Olimpíadas.
Total: atletas
“Além de sermos muito amigos, nossos estilos se encaixam muito bem. Onde um tem deficiência, o outro compensa na qualidade”
Marcelo Melo fez uma boa estréia em Jogos Olímpicos: com vitória. Ao lado de André Sá, Melo venceu o primeiro jogo, diante dos tchecos Radek Stepanek e Tomas Berdych, por 2 sets a 1, 5-7, 6-2 e 8-6. No entanto, a dupla parou nas oitavas-de-final, quando enfrentou os veteranos Leander Paes e Mahesh Bhupathi. Os indianos venceram a partida por 2 sets a 0, com parciais de 6-4 e 6-2, e eliminaram os brasileiros das Olimpíadas de Pequim.
O tênis apareceu como herança de família para o mineiro Marcelo Melo, principalmente por parte do seu irmão, Daniel Melo, sete anos mais velho, que chegou a ser o número 151 do mundo em 2001. Ainda criança e bem abaixo dos 2,03 m de altura que ostenta hoje, Marcelo, nascido em Belo Horizonte, acompanhava os treinos do irmão e passou a também se arriscar com a raquete.
Ao invés de ídolos como Gustavo Kuerten, que fizeram sucesso sozinhos dentro da quadra, o mineiro sempre foi por outro caminho, o das duplas. Profissional desde 1998, Marcelo não teve destaque em simples, ranking no qual chegou apenas à 273ª posição, em novembro de 2005. O desempenho nas duplas passou a ser superior, apesar de o tenista ainda ocupar posições medianas na lista da ATP.
Sempre convivendo dentro do grupo de tenistas de maior nível do Brasil, a virada para Melo foi escrita na temporada de 2006, mas teve origem bem antes. A dupla com André Sá, que se tornou a maior esperança de resultados com o declínio do desempenho de Gustavo Kuerten, remete à infância, ainda em Belo Horizonte.
Desde os cinco anos, Sá era um dos melhores amigos de Daniel, o irmão de Marcelo. Ambos freqüentavam as casas um do outro e Marcelo aproveitava para participar das brincadeiras, como nas disputas de vídeo game. Enquanto Sá chegou ao seu melhor ranking em 2002, Melo ainda tentava achar seu jogo. Em 2006, ambos jogariam a chave de duplas do challenger de Campos do Jordão. Como seus respectivos parceiros cancelaram suas participações, Sá e Melo resolveram entrar juntos na disputa. E, de cara, conquistaram o título.
O reconhecimento aconteceu no torneio de Wimbledon, em 2007, quando a dupla conquistou visibilidade mundial indo à semifinal da competição. Antes disso, na segunda rodada, eles disputaram uma partida que bateu recordes e durou três dias, devido a várias paralisações por causa da chuva. Contra Kevin Ullyett e Paul Hanley, foram 5h58min de jogo, que teve recorde de games disputados no quinto set – em Grand Slams, não há tie-break. Os brasileiros salvaram match-points e venceram por 28 a 26 na parcial decisiva, além de totalizarem 102 games disputados no duelo.
Com uma seqüência de bons resultados, a dupla entrou no top 30 do ranking e seguiu crescendo, chegando às quartas-de-final do Aberto dos Estados Unidos. A parceria se preparava para estrear na Copa Davis, em setembro, mas Melo passou pelo período mais difícil de sua carreira, ao dar positivo em teste antidoping. O caso foi um descuido, uma vez que o brasileiro tomou remédios para dor de cabeça que continham substâncias proibidas. Suspenso por dois meses, ele voltou às quadras em novembro, mas sua ausência impediu a dupla de conseguir a classificação para a Masters Cup, competição que reúne as melhores parcerias do ano.
O início da temporada de 2008 foi ruim para Melo e Sá, mas a dupla passou a recuperar território, culminando na classificação para os Jogos de Pequim. Melo teve um estiramento na coxa esquerda durante o torneio de Wimbledon, forçando o abandono da disputa. Os brasileiros se classificaram no último momento para Pequim, na convocação final da Federação Internacional de Tênis (ITF).