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Tênis

André Sá

André Sá/Marcelo Melo começou bem nos Jogos de Pequim, foram os únicos brasileiros que avançaram de fase na competição

Data de nascimento
06/05/1977
Local de nascimento
Belo Horizonte
Residência
Blumenau (SC)
Peso e altura
74 kg / 1,85m
Prova
Duplas
Participação em Pequim
Eliminado - Oitavas-de-final

Os brasileiros começaram bem a competição, venceram na estréia os tchecos Radek Stepanek e Tomas Berdych por 2 sets a 1, 5-7, 6-2 e 8-6. No entanto, não passaram das oitavas, quando caíram diante dos veteranos Leander Paes e Mahesh Bhupathi. Os indianos venceram por 2 sets a 0, com parciais de 6-4 e 6-2, e eliminaram a dupla nacional do evento em Pequim.

Veterano nas quadras, André Sá, de 31 anos, teve mais momentos como coadjuvante do que como grande esperança no tênis brasileiro. Mesmo assim, conseguiu colocar muitas vezes seu nome entre os grandes do país, primeiramente nas simples, atingindo a 55ª posição no ranking, e recentemente nas duplas, na parceria com Marcelo Melo, que lhe rendeu sua segunda classificação aos Jogos Olímpicos.

Nascido em Belo Horizonte, Sá mudou-se para os Estados Unidos aos 13 anos. Além de treinar na academia Bollettieri, uma das mais prestigiadas do mundo, estudou na Bradenton Academy, onde atuou por três anos no time de basquete.

O início da carreira como tenista profissional aconteceu em 1996, mas o mineiro só disputou seu primeiro jogo em torneios de primeira linha em 1997, no México. O talento nas duplas teve sua primeira prova em 1999, quando participou do Pan-Americano de Winnipeg. Lá, ele ganhou a medalha de ouro jogando ao lado de Paulo Taicher.

Sá viveu sua melhor fase nas simples durante as temporadas de 2001 e 2002. Ele conquistou dois títulos da série challenger e chegou às semifinais do Torneio de Hong Kong. Neste último torneio, foi campeão na chave de duplas. O resultado mais memorável aconteceu em Wimbledon, em 2002: Sá alcançou as quartas-de-final, quando caiu diante do tenista da casa Tim Henman, na ocasião o quarto cabeça-de-chave do Grand Slam. O mineiro também foi importante na Copa Davis, com convocações constantes e um histórico de 12 vitórias e nove derrotas.

A partir daí, o tenista passou a perder rendimento e despencou da 59ª posição para a 209ª em 2003 - hoje ele só aparece na lista de duplas. No ano seguinte, teve bons resultados indo às quartas-de-final do Aberto da Austrália, em dupla formada com Flávio Saretta. A parceria se manteve para os Jogos de Atenas-2004 e os brasileiros foram eliminados na segunda rodada, após terem vencido os espanhóis Rafael Nadal e Carlos Moyá na estréia.

A confiança nos duelos individuais não voltou, mas em 2006 uma nova virada ocorreu em sua carreira, quando estreou com título a parceria com Marcelo Melo, no challenger de Campos do Jordão. “A diferença é que temos muita amizade fora da quadra, nos conhecemos desde garotos”, analisa Sá. “Ele saca e voleia muito bem, enquanto eu devolvo bem, então um completa o outro nos fundamentos principais. Quando eu passo a sacar melhor e ele devolve bem, passamos a jogar no topo”.

A parceria se destacou realmente um ano depois, indo às semifinais de Wimbledon. Na segunda rodada, os mineiros bateram recordes ao vencerem Kevin Ullyett e Paul Hanley em 5h58min, fechando em 28-26 no quinto set. “Caímos na semifinal de Wimbledon de surpresa, de pára-quedas, e fomos para o tudo ou nada”, disse Sá. A dupla caiu na semi, diante dos franceses Arnaud Clément e Michaël Llodra, que foram campeões na grama de Londres.

Apesar de dificuldades, como o afastamento de Melo no fim de 2007, por ter um resultado positivo em exame antidoping, e a queda de produção neste começo de ano, Sá voltou a ter bons resultados nas duplas, como na vitória sobre os então líderes do ranking Bob e Mike Bryan. Os mineiros garantiram tardiamente a classificação para Pequim, na convocação final da Federação Internacional de Tênis (ITF), e nesta temporada ainda lutam para fazerem parte da chave da Masters Cup, torneio que reúne as melhores duplas do ano.