Após contar com apenas um representante nas Paraolimpíadas de Atenas-2004, o Brasil terá uma equipe completa de hipismo nos Jogos de Pequim, que se iniciam neste sábado. Marcos Fernandes, o Joca, Sérgio Froés, Elisa Melaranci e Davi Salazaar, que defenderão o país na China, apostam até em pódio.
O hipismo paraequestre se iniciou com certo atraso no Brasil. Presente desde os Jogos Paraolímpicos de Nova Iorque-1984, a modalidade contou com a participação do primeiro brasileiro em Atenas-2004. Marcos Fernandes, conhecido no esporte como Joca, ficou em 13º na prova de adestramento. No estilo livre, o brasileiro competiu ao som de "Brasileirinho" e "Carinhoso", e ficou em nono lugar.
Flávia Rocha, diretora de Equitação Especial da Confederação Brasileira de Hipismo, vê o Brasil com boas chances de pódio em Pequim, comparando o desempenho dos atletas no último mundial. "No mundial do ano passado, ficamos em quarto e com uma pequena diferença para a Noruega, que foi bronze. O Sérgio (Fróes) foi ouro no individual e bronze no estilo livre da classe Ia e todos os nossos outros conjuntos ficaram entre os dez primeiros", disse Flávia.
Atleta mais experiente do Brasil no hipismo paraolímpico, Joca revela o orgulho que sente em defender o país na competição. "É uma satisfação muito grande representar o Brasil pela segunda vez em um evento tão importante como este. A experiência em Atenas foi muito boa, chego em Hong Kong com mais bagagem e assim como os demais companheiros de equipe, temos chances de medalhas", apostou.
Joca será o único brasileiro a competir com o próprio cavalo, Lutheney, nas Paraolimpíadas de Pequim. O animal foi presente de outro cavaleiro brasileiro, Doda Miranda. As demais montarias do Brasil foram alugadas na França e estão sendo treinadas pelo cavaleiro Nicolas Commange.
O hipismo paraolímpico será disputado em cinco classes, em Pequim: Ia, Ib, II, III e IV. Os atletas são classificados de acordo com a funcionalidade dos membros. Os mais comprometidos estão no grau I e os menos no grau IV. No grau Ia a reprise é só ao passo. No grau Ib a reprise é ao passo e ao trote, no grau II passo e trote, porém com um nível maior de dificuldade. Grau III passo, trote e galope e grau IV passo, trote e galope mais difícil. O cavaleiro Sérgio Froés compete no grau Ia, Marcos Fernandes e Davi Salazaar estão no grau Ib e a amazona Elisa Melaranci no grau II.