O norte-americano de origem mexicana Oscar de la Hoya fez críticas ao sistema de arbitragem usado tradicionalmente no boxe amador e que foi o utilizado durante os Jogos Olímpicos de Pequim. O pugilista argumentou que a busca pelos pontos prejudica o combate e o estilo dos lutadores.

"Os pugilistas precisam mudar seu jeito de lutar e passam a disparar golpes como loucos só para marcarem mais pontos", afirmou o ex-campeão mundial no profissional, com títulos em seis categorias. Além disso, uma de suas conquistas mais marcantes foi justamente nas Olimpíadas. Ele foi campeão dos pesos leve em Barcelona-1992, resultado que alavancou sua carreira.

Em uma teleconferência feita para a imprensa, no México, De la Hoya não deixou de lamentar a campanha da delegação norte-americana em Pequim. Após dois ouros no Mundial de Chicago, em 2007, apenas um pugilista subiu ao pódio na China. Entre os pesos pesados (até 91 kg), Deontay Wilder ficou com o bronze. "Não termos campeões olímpicos é ruim para o boxe. Recordo que também tive de deixar meu estilo profissional para ser campeão em Barcelona", completou ele.

As críticas de De la Hoya não ficam apenas nas palavras. O pugilista e empresário, que deve fazer sua despedida dos ringues com mais uma luta, este ano, afirmou que falará com representantes do Comitê Olímpico Internacional (COI) para que haja uma modificação no sistema de arbitragem. Ele sugere que seja pensado um modo para que três juízes possam ver as lutas mais de perto, aplicando mais corretamente as pontuações.

Além de tocar no assunto das Olimpíadas, o pugilista anunciou um novo projeto do qual faz parte, com sua empresa, a Golden Boy. Em conjunto com uma companhia norte-americana de televisão, serão organizados doze combates em diferentes países da América Latina, com o objetivo de impulsionar a busca por novos talentos.

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