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23/08/2008 - 11h18

Taekwondo faz medalha olímpica com patamar mais baixo da Lei Piva

Bruno Doro
Em Pequim (China)
No mesmo dia em que o taekwondo conquistou sua primeira medalha olímpica, os dirigentes da modalidade foram rápidos em pedir mais verbas do esporte. Mesmo com atletas de ponta (Natália Falavigna, por exemplo, era campeã mundial antes de conquistar a medalha olímpica), a modalidade está entre as que menos verbas recebem em repasses da Lei Piva.

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A Confederação Brasileira de Taekwondo recebe 1% dos repasses do esporte advindos das loterias, o mesmo que modalidades sem nenhuma tradição no país, como o badminton e o hóquei na grama, que nem mesmo classificaram atletas para os Jogos Olímpicos de Pequim. Em 2007, por exemplo, o COB repassou R$ 496 mil para a entidade.

"A gente não pode mais ficar com as sobras. Não recebemos muito, não estou reclamando. Mas estamos no mesmo patamar de repasses de esportes com atletas de muito menor expressão que os nossos", disse Fernando Madureira, treinador de Natália Falavigna.

"As pessoas têm boas intenções, mas têm de colocar em prática. A Confederação precisa de estrutura maior. Nesse ano, tive mais contato (com a entidade) e conversei mais sobre planejamento. Acho que as coisas começaram a mudar. Mas não vai ser do dia para a noite. Precisamos de mais algumas pessoas para ajudar e trocando uma ou outra peça, a engrenagem vai começar a rodar. O que precisamos é aproveitar esse gancho", completa a medalhista.

Young Min Kim, o mestre Kim, presidente da Confederação Brasileira de Taekwondo, admite que a estrutura da entidade precisa evoluir. "Estamos evoluindo aos poucos, mas para isso precisamos de mais dinheiro. Já conversamos com o diretor de esportes de alto rendimento do Ministério de Esporte (Djan Madruga) e eles devem nos ajudar a montar um projeto para que a Confederação busque patrocínio", afirmou o sul-coreano, em português ainda impreciso.

Segundo Kim, a modalidade recebeu, além da Lei Piva, R$ 750 mil vindos do repasse da lei de incentivo ao esporte, usada pelo COB para bancar a preparação olímpica dos atletas para os Jogos de Pequim. Com esse dinheiro, a entidade bancou as viagens, elogiada por atletas e técnicos.

Depois do Pan-Americano do Rio de Janeiro, no ano passado, os atletas olímpicos passaram a receber R$ 2 mil da Confederação. No Pan, Diogo Silva, que não se classificou para Pequim, mas conquistou o primeiro ouro do Brasil no Pan, afirmou que recebia mensalmente R$ 450,00. "A verba aumentou depois do Pan, para atletas e treinadores", admite Madureira.

Atualmente, a entidade tem 19 atletas que recebem ajuda de custo. Apenas três deles, os olímpicos Natália, Marcio Wenceslau e Débora Nunes, recebem R$ 2 mil. O segundo grupo, de reservas, recebe R$ 1 mil. Os outros, seguem ganhando apenas R$ 500,00, de acordo com Kim.

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