UOL Olimpíadas 2008 Notícias

23/08/2008 - 16h19

Para consolidar hegemonia, Brasil enfrenta algoz na final olímpica

Lello Lopes
Em Pequim (China)
O Brasil começou a Olimpíada de Pequim em xeque por causa do tropeço na Liga Mundial. Pouco a pouco, a seleção foi melhorando, até realizar uma grande partida contra a Itália na semifinal. Neste domingo, à 1h (de Brasília), vai decidir a medalha de ouro no vôlei masculino em Pequim justamente contra a equipe que o colocou em dúvida nas Olimpíadas: os Estados Unidos.

A derrota para os norte-americanos na semifinal da Liga Mundial, no Rio de Janeiro, no mês passado, foi considerada um 'tapa na cara' pelos jogadores. Afinal, o quarto lugar obtido pelo time foi o pior resultado da seleção na 'era Bernardinho', iniciada em 2001.

Koji Sasahara/AP
Gustavo é um dos principais jogadores da seleção neste período de vitórias...
Alexander Demianchuk/Reuters
...assim como Escadinha que com sua garra e eficiência é peça fundamental do time
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Neste domingo, a seleção terá a chance de vingança. Além disso, jogará para consolidar a condição de time mais vitorioso de todos os tempos. Bicampeão mundial em 2002 e 2006 e campeão olímpico em 2004, o Brasil pode se tornar o primeiro país a ganhar na seqüência dois títulos no Mundial e dois nas Olimpíadas.

Para isso, vai ter que vencer o seu maior adversário. O time dos Estados Unidos é o que mais derrotou a seleção brasileira nos anos de hegemonia. Ao todo foram sete vitórias desde 2001, algumas em torneios importantes como o Mundial ou a Olimpíada.

"Eles realmente sabem jogar contra a gente. Isto é um fato. Não podemos deixar acontecer o que aconteceu na Liga Mundial: jogar mal, para baixo, sem a gana de ganhar", disse o meio-de-rede Gustavo.

Para o técnico Bernardinho, os Estados Unidos estão jogando um grande voleibol. O treinador acredita que o adversário chegou à decisão com méritos após eliminar a forte Rússia nas semifinais.

"Eles merecem estar lá na final. Eu gostaria de jogar contra um time bem fraquinho, mas isso não vai acontecer", disse o treinador brasileiro, depois de vencer a Itália na outra semifinal olímpica.

A decisão deste domingo marca o fim de um ciclo. Algumas peças importantes da seleção vão deixar o time depois do jogo contra os Estados Unidos. O meio-de-rede Gustavo já anunciou a aposentadoria. O líbero Escadinha é outro que pode sair. Até mesmo o técnico Bernardinho não confirmou se continuará no comando da equipe depois das Olimpíadas de Pequim.

Mas no momento, a preocupação é com o jogo contra os Estados Unidos. "A gente não conquistou nada ainda. Só a final não é o suficiente. Vai ser um jogo muito difícil porque a gente vem de uma derrota na Liga e eles têm um volume de jogo muito bom. Mas na final olímpica tem que entrar com o coração na quadra. Por isso não existe favoritismo", disse o líbero Escadinha.

Esta é a primeira vez que uma final olímpica é repetida no vôlei masculino. Brasil e Estados Unidos se enfrentaram na decisão dos Jogos de Los Angeles-1984. Os norte-americanos levaram a melhor e ficaram com o ouro. A equipe brasileira, que ficou conhecida como 'geração de prata', tinha como seu levantador reserva o hoje técnico Bernardinho.

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