A ponteira Valeskinha tinha um motivo a mais para comemorar a medalha de ouro conquistada pela seleção feminina de vôlei nos Jogos Olímpicos de Pequim. Ela cumpria um 'dever' iniciado pela mãe 44 anos atrás.

Aída dos Santos, mãe de Valeskinha, foi uma das maiores atletas do Brasil. Na Olimpíada de Tóquio, em 1964, ela ficou em quarto lugar no salto em altura. Era o melhor resultado obtido por uma mulher brasileira no atletismo olímpico até sexta-feira, quando Maurren Maggi ganhou o ouro no salto em distãncia.

"É maravilhoso (ganhar o ouro), um dever cumprido. Cumprido com a minha mãe, cumprido comigo, cumprido com todas as gerações que vierem. Ela tentou e por muito pouco não conseguiu. Mas agora está aqui, é dourada", disse Valeskinha, exibindo a medalha de ouro.

Aos 32 anos, Valeskinha se despede da seleção brasileira com o título em Pequim. Depois de jogar como meio-de-rede e ponteira, ela foi convocada para a posição de oposto. Mas ela acabou não sendo utilizada pelo técnico José Roberto Guimarães.

"Minha época já foi outra, mas estava aqui para poder ajudar de alguma forma, com um abraço, um sorriso, uma palavra, uma força. Estava aqui para o que desse e viesse", disse Valeskinha, que estava presente no quarto lugar obtido pela seleção em Atenas, quatro anos atrás.

Agora, a jogadora encerrou o seu ciclo na seleção. "Em Londres eu vou como chefe de delegação", brincou a atleta campeã olímpica.

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