Grande destaque da campanha da seleção feminina de futebol nos Jogos de Pequim, ao lado da estrela Marta, a atacante Cristiane comemora com moderação a fase nas Olimpíadas, que terá seu desfecho para a modalidade nesta quinta-feira (10h, de Brasília), na decisão entre brasileiras e a equipe dos Estados Unidos.

Cristiane anotou cinco gols na trajetória do Brasil até a final (um na frente da norte-americana Angela Hucles e dois a mais que Marta), em desempenho que lhe confere a condição de artilheira do torneio feminino olímpico.

Apesar de dividir o protagonismo da equipe, a jogadora de Osasco, de 23 anos, prefere não se nivelar com Marta, ganhadora do prêmio da Fifa de melhor do mundo nos dois anos anteriores.

"Não me vejo (no nível de Marta, na briga pelo título de melhor do mundo). Na minha carreira sempre pensei em subir um degrauzinho por vez, sem dar o passo maior que as pernas", disse Cristiane, terceira colocada no pleito da Fifa em 2007.

A goleadora também minimiza a importância de terminar as Olimpíadas como a artilheira geral. "É conseqüência. Prefiro mais sair com a medalha de ouro", diz.

A trajetória de Cristiane nos Jogos de Pequim é ascendente, com um começo de dificuldades e depois uma curva ascendente nos momentos decisivos. Na primeira fase, antes de marcar seu primeiro gol, a atacante foi pivô de uma polêmica.

Substituída por Pretinha no segundo jogo, contra a Coréia do Norte, Cristiane esbravejou do lado de fora do campo, caiu no choro e teve que ser contida pela goleira Bárbara no banco de reservas. No entanto, o episódio acabou contido rapidamente no grupo.

"Todo atacante quer ficar em campo, acha que pode marcar gols em 5 minutos, ou em 90 minutos. É normal", comentou Cristiane sobre o incidente.

"O episódio com a Cristiane é algo que não devemos supervalorizar. Imagine só, uma atacante de ponta, terceira melhor jogadora do mundo, é substituída. É normal que saia aborrecida", minimiza o técnico Jorge Barcellos.

Depois do problema no jogo contra as norte-coreanas, Cristiane desencantou nos Jogos Olímpicos, ao marcar os três gols da vitória sobre a Nigéria por 3 a 1 na partida final da primeira fase.

A atacante voltou a ser decisiva na histórica vitória por 4 a 1 sobre a atual bicampeã mundial Alemanha na semifinal, com dois gols marcados.

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