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17/08/2008 - 16h14

Freguês histórico, Brasil desafia Alemanha para ir à final

Bruno Império
Em São Paulo
A seleção feminina de futebol entra em campo nesta segunda-feira, às 7h, para enfrentar a Alemanha pelas semifinais dos Jogos Olímpicos de Pequim com um tabu a ser quebrado. Mais do que vingar a derrota na decisão da última Copa do Mundo, o Brasil busca a segunda final consecutiva no torneio olímpico diante de uma equipe que jamais conseguiu vencer em toda a história.

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A atacante Marta minimiza o histórico do confronto que vale vaga na semifinal
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Cristiane marcou três contra a Nigéria; é artilheira e esperança para quebrar tabu
GOLEIRA ALEMÃ INVICTA NO TORNEIO
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Brasil e Alemanha já se enfrentaram sete vezes. No total, são quatro vitórias para as européias e três empates. O único triunfo nacional no confronto aconteceu em duelo válido pelo mundial sub-20 de 2002.

O péssimo retrospecto diante das atuais campeãs mundiais, entretanto, não assusta o time comandado por Jorge Barcellos. As duas equipes se encontraram logo na estréia dos Jogos de Pequim. Em Shenyang, o placar não saiu do zero, apesar de as duas equipes terem levado perigo ao gol. As alemãs, inclusive, chegaram a mandar uma bola na trave.

Questionada sobre o poderio das rivais na briga por uma vaga na decisão e também sobre o histórico do confronto, a atacante Marta é a primeira a despistar sobre a rivalidade. A jogadora faz questão de usar o mais recente empate como lição para a partida desta segunda. "Jogamos de igual para igual contra a Alemanha na primeira fase. Só temos que tomar cuidado com as bolas aéreas, que são perigosas", disse.

Barcellos também prefere não encarar o passado de derrotas. Para o treinador, o importante é que o time tem evoluído ao longo do torneio. "Considero que o Brasil está em uma crescente na competição. Contra a Noruega, pela semifinal, tivemos 10 oportunidades de marcar e 20% se transformaram em gols. Isso, para mim, é um bom aproveitamento. Temos que manter esse ritmo se quisermos ir à final", afirmou.

Depois de estrear sem gols ante as atuais campeãs mundiais, o Brasil engatou uma série de vitórias. Primeiro, bateu a Coréia do Norte por 2 a 1. A vítima seguinte foi a Nigéria, que depois de sair na frente em cobrança de pênalti, levou três gols de Cristiane. Já nas quartas-de-final, Marta e cia. passaram por cima da Noruega por 2 a 1.

As partidas contra as asiáticas, pela primeira fase, e contra as européias, no mata-mata, conservam pontos em comum. Em ambos, o Brasil sofreu um gol no final da partida, quando estava com vantagem definida no placar. O "apagão" do time vem sendo muito criticado por Barcellos e já começa a ganhar eco entre as próprias jogadoras, que parecem ter tomado consciência de que a repetição das mesmas falhas pode custar uma medalha.

As atacantes Cristiane e Prinz travam na China um duelo particular pelo posto de maior artilheira da história dos Jogos. A brasileira, eleita a terceira melhor jogadora do mundo, foi a maior goleadora de Atenas-04 e soma 8 gols marcados. A alemã, segunda melhor de acordo com a Fifa, já marcou nove em toda a história e é atual detentora do posto.
DUELO DE ARTILHEIRAS
"Nós tivemos aquela velha acomodação diante da Noruega e elas acabaram chegando ao gol por conta disso. Esse tipo de falha tem acontecido bastante. Mas, contra a Alemanha, temos de ficar ligadas. Se dermos essa cochilada contra elas, certamente vão se aproveitar e podem complicar nossa vida", analisou Formiga, uma das mais experientes do grupo.

Para a partida, Barcellos deve manter a equipe que vem utilizando ao longo do torneio olímpico. Já a Alemanha tem problemas. A zagueira Linda Bresonik rompeu os ligamentos do tornozelo durante a partida da última sexta-feira, quando as atuais campeãs mundiais bateram a Suécia por 2 a 0 pelas quartas-de-final. Desta forma, não poderá atuar até o final dos Jogos.

Data:Segunda-feira, 18/08/08
Local: Estádio de Xangai
Horário: 07h00 (de Brasília)

Brasil
Bárbara; Simone, Érika, Tânia Maranhão, Renata Costa; Maycon, Daniela Alves, Ester e Formiga; Marta e Cristiane
Técnico: Jorge Barcellos

Alemanha
Angerer; Stegemann, Krahm, Hingst, Babett Peter; Behringer, Lingor, Laudher, Garefrekes; Smisek e Prinz
Técnico: Silvia Neid

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