UOL Olimpíadas 2008 Notícias

17/08/2008 - 14h41

Choradeira marca a despedida de Ana Paula das Olimpíadas

Lello Lopes
Em Pequim (China)
Quando a norte-americana Misty May-Treanor cravou a bola na areia da arena de vôlei de praia montada em Chaoyang, ela definiu bem mais do que a vitória sobre Ana Paula e Larissa nas quartas-de-final dos Jogos Olímpicos de Pequim. May decretou o fim da participação em Olimpíadas de uma das principais jogadoras de vôlei do Brasil.

Flávio Florido/UOL
Ana Paula (e) não segurou o choro após a derrota para a dupla norte-americana
DUPLA PERDE ESTÁ FORA DOS JOGOS
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Veterana dos Jogos de Barcelona-1992, Atlanta-1996 e Atenas-2004, Ana Paula não conseguiu segurar o choro. Ela foi às lágrimas na quadra, ao conversar com Larissa; fora da arena, ao abraçar membros da delegação brasileira de vôlei de praia; e na sala de coletiva da imprensa, após falar do filho Gabriel.

A mineira Ana Paula Rodrigues Connelly fez em Pequim a sua quarta participação nos Jogos Olímpicos. Com a seleção de vôlei de quadra, ela ficou em quarto lugar em Barcelona e conquistou a medalha de bronze em Atlanta. Na praia, caiu nas quartas-de-final em Atenas e agora em Pequim.

"Acho que é mais um ciclo olímpico que se fecha. Desde que eu cheguei aqui a sensação que eu tenho é de apnéia. Fiquei sem respirar até hoje. Só agora está dando para respirar um pouco mais. A história foi muito tumultuada, agora está vindo um pouco de ar. E com este ar vem também uma porção de sentimentos. Eu só posso ser muito grata por poder viver isso", falou Ana Paula.

A jogadora foi convocada para as Olimpíadas na manhã de quarta-feira da semana passada. Ela chegou a Pequim na véspera da estréia contra as brasileiras naturalizadas georgianas Cris e Andrezza.

Mesmo sem ter jogado com Larissa anteriormente, Ana Paula acreditou que poderia subir ao pódio em Pequim. "Eu sou uma sonhadora, ela também. Nós acreditamos que tudo é possível. Acreditamos muito nisto nesses últimos dez dias", afirmou.

Se conseguiu controlar as lágrimas na maior parte da entrevista com a imprensa, Ana Paula desabou quando falou do filho Gabriel, de sete anos. "Antes de deixar qualquer medalha para meu filho, tenho que deixar uma lição para ele. Uma lição de força, de luta, de não desistir nunca", disse, emocionada.

Aos 36 anos, a jogadora ainda não sabe qual será o seu futuro na modalidade. No momento, ao lado de Shelda, ela lidera a temporada do Circuito Mundial de vôlei de praia.

"Não sei ainda o que vou fazer no ano que vem. Tenho algumas propostas para jogar o AVP (Circuito Norte-Americano), mas em 2009 tem também o Mundial da Noruega. E eu tenho que ver se a Shelda vai parar ou vai querer jogar mais um ano comigo. Tudo ainda é uma grande interrogação. A única certeza que tenho é que preciso comprar um cachorro", disse.

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