O técnico Paulo Bassul usou o passado para falar do futuro da seleção brasileira feminina de basquete. Nesta quarta-feira, após a derrota para a Letônia que praticamente eliminou o Brasil dos Jogos Olímpicos de Pequim, o treinador usou o processo de formação da seleção de Paula e Hortência para falar sobre o caminho que deve seguir a atual equipe brasileira.

"O Brasil tinha Paula, Hortência e Janeth, e era dirigido pela Maria Helena, que é uma excelente técnica. Mas com aquele grupo lá em formação, foi 11° em um Mundial e 10° em outro. Depois deu um salto fenomenal. O grupo era ruim e ficou bom? Claro que não, ele foi se formando", disse o técnico.

Com Paula e Hortência, a seleção ficou em 11° no Mundial de 1986, na União Soviética, e em 10° no Mundial de quatro anos depois, na Malásia. A partir de 1991, com o título dos Jogos Pan-Americanos conseguido com uma vitória sobre Cuba na final em Havana, o time trilhou um caminho de sucesso, culminando na conquista do Mundial de 1994, na Austrália, e na prata dos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996. O Brasil ainda levou o bronze em Sydney-2000.

Para Bassul, a falta de experiência foi fundamental para a derrocada brasileira em Pequim. Apenas quatro jogadoras tinham disputado uma Olimpíada anteriormente. E somente cinco estavam no grupo que foi quarto colocado no Mundial realizado no Brasil em 2006.

"Não há país no mundo que suporte uma troca de nove jogadoras ao mesmo tempo. É quase impossível jogar em alto nível assim", afirmou Bassul, equivocando-se quanto ao número de jogadoras inexperientes. Na verdade, sete atletas participam de um grande evento pela primeira vez.

As mudanças na seleção brasileira aconteceram por diversos motivos. Janeth, Helen e Alessandra decidiram que não iriam mais vestir a camisa nacional. Érika está fora da Olimpíada porque se machucou, enquanto Iziane foi vetada por causa do mau comportamento apresentado no Pré-Olímpico.

Do grupo que disputa os Jogos de Pequim, apenas Êga, Adrianinha, Micaela, Karen e Kelly estiveram no Mundial do Brasil. Até mesmo Bassul é novo no time. Ele assumiu o cargo em 2007, após o vice-campeonato nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.

"Este time precisa de tempo para crescer. Se precisar de um vilão (pelo mau resultado nas Olimpíadas), que seja eu. Eu só peço que dê espaço para que elas possam crescer. Com mais um pouquinho de tempo este grupo vai dar muita alegria", finalizou o treinador.

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