No dia em que o Brasil colocou seu melhor judoca no tatame, o meio-médio Tiago Camilo, a torcida também veio motivada para a arena do judô dos Jogos Olímpicos de Pequim. Já pela manhã, o ginásio está com grande parte dos assentos tomados por torcedores coloridos e barulhentos.
Os mais barulhentos, como não podia deixar de ser, são os chineses. Armados de tambores e bandeiras, a cada vez que os judocas da casa entram no tatame, a arena explode em gritos de "Zhong Guo jia you", ou "Vai China".
Outros que aumentam os decibéis são os coreanos, do norte ou do sul. Nesta terça-feira, é o lado capitalista que está fazendo mais barulho, com o grito "De-Han Min kug" (Coréia), que ficou famoso na Copa do Mundo de 2002, sempre que o time da casa entrava em campo.
Quem sentiu o poder dessa torcida foi a brasileira Danielli Yuri. Em sua estréia, ela lutou contra a coreana Young Kong. Chegou a ter um waza-ari de vantagem, mas não conseguiu manter a vantagem e levou um ippon pouco depois.
Os europeus também marcam presença. Um grupo de seis homens veio da França para torcer, nesta terça-feira, por Anthony Rodriguez e Lucie Decosse. O primeiro já foi eliminado, pelo cubano Oscar Cárdenas. A segunda, ainda está viva na chave feminina.
Vestidos com quimonos e perucas coloridas, cada uma da cor da bandeira francesa. "Viemos de Paris e Bordeaux para torcer. Não costumamos ir para os torneios de judô assim, fantasiados. Isso é só para as Olimpíadas mesmo", afirmou um deles.
Apesar das cores e do barulho, os atletas tentam não se afetar pelo clima do ginásio. Que o diga a mulher de gelo do judô brasileiro, Ketleyn Quadros, medalhista de bronze nos leves. "Quando estou no tatame, eu só ouço algumas vozes. A da Rose (técnica Rosicléia Campos) e da minha mãe".