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08/08/2008 - 05h51

Bernardinho critica final da Liga no Brasil e esquema de treinos na China

Lello Lopes
Em Pequim
Dois dias antes da estréia da seleção brasileira masculina de vôlei nos Jogos Olímpicos de Pequim, o técnico da equipe, Bernardinho, soltou o verbo. Após a conferência técnica da modalidade, o treinador criticou dois aspectos na preparação do Brasil para as Olimpíadas: a realização da final da Liga Mundial no Rio de Janeiro, no mês passado, e o engessado esquema de treinos a que o time está submetido na China.

Antonio Lacerda/EFE
Final da Liga Mundial no Rio e treinos em Pequim irritaram o técnico Bernardinho
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Antes da Liga, Bernardinho já havia reclamado da realização da fase final da competição no Rio de Janeiro. O quarto lugar obtido pelo Brasil, o pior resultado desde que o técnico assumiu, em 2001, confirmou o temor de Bernardinho.

"Eu achava que não era necessário fazer uma competição que ia colocar mais pressão em um time que já vinha sob pressão. Isso não é nenhum álibi para a derrota, mas as pessoas não me ouvem", disse Bernardinho.

A decisão de levar a final da Liga Mundial para o Brasil foi tomada pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) após pedido da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).

Desde quando o treinador assumiu, o Brasil tem dificuldade para ganhar em casa. Em 2002, perdeu a final da Liga Mundial para a Rússia. Em outras duas oportunidades, foi derrotado na Copa América. A única vitória de expressão aconteceu em 2007, nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.

Para Bernardinho, a realização das finais da Liga no Rio tiraram a concentração do time. "Era desnecessário (jogar em casa) pelo psicológico. Era mais fácil o processo de estar fora do Brasil, focado no caminho para as Olimpíadas", completou o treinador.

Na China, o problema de Bernardinho é outro. O time é obrigado a seguir um rígido esquema de treinos imposto pelos organizadores. Nesta sexta-feira, por exemplo, Bernardinho queria realizar um treinamento com a equipe, mas foi impedido.

"Está tudo errado. Na minha opinião, o grande senão aqui é em relação ao treinamento. É uma falha grave, afinal estamos nos Jogos Olímpicos. Há pouca flexibilidade, há pouca disponibilidade. O esporte é de trabalho, e você negligenciar naquilo que é a essência disso aqui é um erro grave", afirmou Bernardinho.

A estréia da seleção nos Jogos Olímpicos acontecerá no domingo, às 3h30 (de Brasília), diante do Egito. Na primeira fase, a seleção também vai enfrentar Sérvia, Rússia, Polônia e Alemanha.

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