UOL Olimpíadas 2008 Notícias

08/08/2008 - 01h43

Judô brasileiro vê vantagem em novo rigor dos árbitros

Rodrigo Farah
Em São Paulo
A nova recomendação da Federação Internacional de Judô (FIJ) antes das Olimpíadas foi para os árbitros terem rigor redobrado na hora de punir os atletas por ataques falsos e por fugirem do combate. A medida anunciada na última quinta-feira pegou de surpresa todas as delegações, mas a comissão brasileira enxerga o fato como vantajoso para os judocas nacionais.

Bruno Domingos/Reuters
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Segundo o chefe da equipe, Ney Wilson, o anúncio feito no congresso técnico não era esperado por ninguém. A FIJ distribuiu folhetos explicando que certas situações comuns no judô serão passíveis de punição, como segurar na calça do adversário. Apesar disso, a mudança foi vista com bons olhos pelos brasileiros, pois pode prejudicar alguns rivais acostumados a um estilo mais defensivo, como os europeus.

"Houve uma recomendação aos juízes para serem mais rigorosos com ataques falsos e posturas muito defensivas. Isso chamou a atenção de todos no congresso. Mas em minha opinião, pela forma que os brasileiros combatem, será algo benéfico. São mais os judocas do leste europeu que costumam ter esse tipo de prática", comentou Wilson em entrevista ao UOL Esporte por telefone.

O técnico da seleção masculina, Luis Shinohara, concorda com o coordenador. Apesar disso, ele já garantiu que conversará com o único árbitro brasileiro convocado para os Jogos Olímpicos, Emmanoel Mattar, para pegar mais informações sobre o real rigor que será adotado pelos juízes.

"Vamos nos interar melhor do assunto com o Mattar nesta sexta para ver como isso funcionará na prática. Eles nos entregaram uns desenhos mostrando cada situação, mas precisamos conferir isso melhor", afirmou o treinador.

De acordo com Shinohara, o único brasileiro que pode ter problemas com a medida é o meio-pesado Luciano Corrêa. O técnico explicou que o brasiliense pode ser punido ao longo dos combates por um golpe em que agarra a calça do adversário. "O Luciano já foi orientado que isso pode ser perigoso. Estamos atentos às faltas", completou.

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