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06/08/2008 - 09h09

Ronaldinho busca em Pequim protagonismo inexistente desde o sub-17

Bruno Freitas
Em Shenyang (China)
Aposta da direção da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e da comissão técnica como uma das exceções acima de 23 anos do time olímpico em Pequim, Ronaldinho Gaúcho terá a partir desta quinta-feira, na estréia nos Jogos de Pequim contra a Bélgica, mais uma chance de brilhar com a camisa da seleção em um torneio de âmbito mundial, em cenário ainda inédito na carreira da estrela do Milan.

EM SEGUNDO PLANO
Reuters/AFP
Ronaldinho em dois tempos: nos treinos para Sydney-2000 e para Pequim-2008
Mundial Sub-17 - Egito, 1997
- 6 jogos
- 2 gols
Outro destaque: Fábio Pinto
*Apareceu com destaque, mas foi privado a papel de coadjuvante no time, que teve o atacante Fabio Pinto como principal destaque
Mundial Sub-20 - Nigéria, 1999
- 5 jogos
- 3 gols
- duas derrotas
Outro destaque: Juan
*Brasil foi derrotado pelo Uruguai na semifinal e ficou fora da decisão. Já havia sido batido pela Espanha na fase de classificação
Olimpíadas - Sydney, 2000
- 4 jogos
- 1 gol
- duas derrotas
Outro destaque: Alex
*Brasil fez campanha ruim e foi desclassificado nas quartas-de-final, com derrota para Camarões na prorrogação, quando os africanos tinham dois jogadores a menos. Ronaldinho marcou em cobrança de falta nessa partida
Copa do Mundo - Coréia/Japão, 2002
- 5 jogos
- 2 gols
- uma expulsão
Outros destaques: Ronaldo e Rivaldo
*Fez um Mundial na sombra dos outros dois 'erres' de frente. Foi decisivo apenas na vitória sobre a Inglaterra nas quartas-de-final (um gol e uma assistência). No entanto, teve uma expulsão infantil no mesmo jogo e quase comprometeu a campanha brasileira
Copa do Mundo - Alemanha, 2006
- 5 jogos
- nenhum gol
- uma derrota
Outros destaques: Ronaldo e Kaká
*Foi ao Mundial após dois prêmios em seqüência como melhor jogador do mundo, mas foi mal tecnicamente. Não teve nenhuma grande atuação e esteve apagado na derrota contra a França nas quartas-de-final, que marcou a eliminação brasileira
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Figura no título mundial da seleção no Mundial Sub-17 de 1997, no Egito, a nova estrela do Milan passou a última década pelas demais equipes nacionais do Brasil, de diferentes limites de idade, sem conseguir o que sempre esboçou na carreira, ser 'o cara', para usar termo consagrado por Romário.

Desde a conquista como sub-17, Ronaldinho esteve com a seleção em torneios com o time sub-20, com a equipe sub-23 nas Olimpíadas e em duas Copas do Mundo. Em todas as oportunidades, o meia ou deixou a desejar ou então esteve relegado ao segundo plano, na sombra de outros companheiros de time.

Foi o que aconteceu, por exemplo, na conquista da Copa de 2002. Ainda antes de sua 'explosão' no futebol europeu, Ronaldinho foi campeão mundial como o menos ilustre entre os três 'erres' de frente da seleção de Luiz Felipe Scolari, na sombra de Ronaldo e Rivaldo.

Ronaldinho fez uma boa Copa, mas abaixo de seus companheiros de frente. O destaque, positivo e negativo, foi a atuação contra a Inglaterra nas quartas-de-final. Nesse jogo, o meia-atacante brilhou com um gol de falta e uma assistência, mas comprometeu a campanha da seleção após uma expulsão infantil.

Dois anos antes, em Sydney, Ronaldinho saiu com a imagem arranhada na decepcionante campanha nas Olimpíadas, com a queda nas quartas-de-final. Na oportunidade, o astro marcou em cobrança de falta no jogo da eliminação contra Camarões, com a comemoração polêmica da frase "Eu sou f...", expressa claramente em leitura labial.

Mas a principal decepção de Ronaldinho com a camisa da seleção foi certamente a participação na Copa de 2006. O então astro do Barcelona foi ao Mundial da Alemanha com dois prêmios seguidos de melhor do mundo da Fifa. No entanto, o brasileiro fez um torneio muito abaixo da expectativa, sem brilho algum, simbolizada pela atuação apática na derrota para a França nas quartas-de-final.

Por essas e outras que Ronaldinho encara a nova oportunidade em Pequim como chance preciosa de associar definitivamente seu nome a uma imagem vencedora na seleção.

"O que mais me motiva é o fato de poder entrar a história do futebol brasileiro, com a primeira medalha de ouro. Poucos atletas participaram de duas Olimpíadas, tiveram uma segunda chance. Espero poder ajudar o Brasil a conquistar essa medalha", afirmou o astro do Milan.

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