A cada derrota da seleção brasileira masculina de vôlei, um atleta sofre mais do que os outros 11 da delegação. Cada vez que o país tropeça, o levantador Marcelinho volta a conviver com os questionamentos sobre a sua titularidade e a falta que Ricardinho faz à equipe.
Na última semana, a situação não foi diferente após as derrotas para EUA e Rússia na fase final da Liga Mundial. O fato ganhou força com o visível abatimento mostrado pelo jogador de 33 anos depois de o Brasil ser superado pelos russos. No embarque da seleção, na última terça-feira, para as Olimpíadas, o atleta também evitou dar entrevistas.
A situação levou o elenco a sair em defesa do levantador e provar sua importância ao grupo na busca pelo bi olímpico. O técnico Bernardinho foi enfático, evitou possíveis dúvidas sobre quem iniciará na posição e defendeu Marcelinho. "O meu titular é o Marcelinho, isso não tem dúvida", disse.
Reserva imediato, Bruninho chegou a ser usado nas duas derrotas da Liga Mundial para tentar mudar a história da partida. Porém o treinador descartou promover o filho como titular em Pequim. "O Marcelinho é uma das minhas referências e não perdemos por causa de um ou outro. Foi o grupo todo que jogou mal", afirmou.
Para o oposto Anderson, o "fantasma" de Ricardinho é um obstáculo que já foi superado pela seleção. "Ele seguiu o caminho dele e nós vamos fazer o nosso. O time ganhou o Pan e a Copa do Mundo, e pode repetir o sucesso em Pequim", explicou, referindo-se às duas competições vencidas pelo Brasil no ano passado sem a presença do levantador.