Começa nesta quinta-feira a decisão da segunda e última vaga do vôlei de praia brasileiro nos Jogos Olímpicos de Pequim. No Aberto da França, em Marselha, Márcio e Fábio Luiz buscam uma final para garantir a vaga nos Jogos. Já Pedro Solberg e Harley tentam o quarto título no ano e torcem para que os compatriotas não cheguem à decisão. Só desta maneira podem carimbar o passaporte para a China. Ricardo-Emanuel já estão garantidos.

Sem conseguir nenhuma medalha no Circuito Mundial e tendo como ponto alto da temporada um modesto bronze na etapa de Florianópolis do campeonato nacional, Márcio e Fábio Luiz podem até entregar o jogo em Marselha para evitar um embate verde-amarelo antes da decisão.

"Vamos jogar com o regulamento. Não tenho nenhum interesse em cruzar com Pedro e Harley nas semifinais. Se for preciso, a gente desce para a repescagem. Eu tenho que torcer para que eles caiam. E, caso isso não aconteça, encontrar com eles somente na final. Vamos jogar para isso", afirmou Ronald Rocha, técnico de Márcio/Fábio Luiz.

O medo de cruzar Pedro Solberg e Harley antes de atingir a partida que os garantiria em Pequim não é sem fundamento. Em cinco encontros entre as duas equipes pelo mundial até hoje, Márcio e Fábio Luiz só venceram na decisão da medalha de bronze do Aberto de Espinho, no ano passado. Só neste ano foram duas derrotas: uma em Xangai e outra em Barcelona. Eles ainda se cruzaram uma vez no circuito brasileiro de 2008. Foi na semifinal da etapa de Florianópolis. Pedro e Harley também levaram a melhor.

"Eles estão chegando e buscando o objetivo deles. O Harley, com sua experiência, e o Pedro, com sua juventude, estão conseguindo fazer uma boa parceria. Temos que dar os parabéns mesmo. Mas, igual a eles, existem muitas outras duplas no Brasil que também estão sempre buscando. Eles estão fazendo um ano bom, mas todas as duplas também fazem anos bons", analisou o capixaba Fábio Luiz.

Atualmente, 100 pontos separam Márcio/Fábio Luiz de Pedro Solberg/Harley na corrida olímpica que computa os oito melhores resultados desde janeiro de 2007. Pedro Solberg e Harley já tiveram diversas chances de tirar a diferença que, no início do ano, era de 600 pontos. Mas fracassaram.

A mais clara de todas as oportunidades aconteceu no Grand Slam de Moscou, há duas semanas. Márcio e Fábio Luiz haviam sido eliminados nas oitavas-de-final ante os norte-americanos Rogers e Dalhausser. Desta maneira, bastava a dupla morder uma medalha de bronze para saltar à frente dos rivais. No entanto, acabou caindo na mesma fase ante os alemães Klemperer e Koreng.

"A pressão [pelo resultado] existiu e até atrapalhou um pouco. Mas nós procuramos lidar com isso da melhor maneira possível. A gente sempre tentou não pensar nos resultados deles. Mas as pessoas já chegavam para a gente falando. Não acho, porém, que isso foi determinante para não termos conseguido carimbar a vaga ainda", disse Harley.

Para esfriar a cabeça, as duas parcerias retornaram ao Brasil na última semana. Pedro e Harley, sob o comando de Renato França - eleito o melhor técnico do país em 2007 - aproveitaram para aprimorar alguns fundamentos. "Foi um período bom para descansar. Mas também trabalhamos pontos importantes em quadra. Precisávamos melhorar a virada de bola. Lá fora a gente só joga, praticamente não treina. Justamente por isso foi muito importante para nós esse período no Brasil", disse Pedro.

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