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15/07/2008 - 14h28

Técnico vence 'queda-de-braço', e Diego fará série similar à do Mundial

Paula Almeida
No Rio de Janeiro
Diego Hypólito chegará aos Jogos Olímpicos de Pequim como grande favorito ao ouro na prova de solo da ginástica artística masculina. Não contente com isso, o ginasta ainda queria largar com uma nota de partida altíssima, ultrapassando 17 pontos, para que não restassem questionamentos sobre o seu favoritismo. Não conseguiu. Após longas discussões, o técnico Renato Araújo levou a melhor e definiu a nota inicial: 16,90.

"É uma série parecida com a que eu fiz no Mundial, com o Hypólito [movimento batizado pela Federação Internacional com o sobrenome do brasileiro]. É a série que o Renato queria desde o início. Eu queria uma mais difícil, mas alguns obstáculos atrapalharam a preparação", explica Diego, referindo-se à artroscopia no joelho e à dengue que o impossibilitaram de treinar por um mês no primeiro semestre deste ano. "Ela é três décimos mais alta do que a do Mundial. Já fiz essa série várias vezes. A quarta passada é nova, nunca fiz em competição, mas já treino há muito tempo".

"O Diego queria entrar com 17,10 pontos para não haver dúvida de que ele é o melhor. Mas teria que estar tudo às mil maravilhas para isso acontecer. Seria uma série bem diferente, com seis passadas, exigindo mais resistência", atesta Araújo. Diego complementa: "Tivemos muitas discussões, mas é normal, estamos vivendo uma coisa inédita, um momento único. Mas é uma responsabilidade muito positiva, e no final deu tudo certo".

A opção pela 'velha' série veio em Belarus, quando Diego tentou uma coreografia mais difícil, semelhante àquela que gostaria de fazer em Pequim. Ele conseguiu a medalha de ouro disputada no torneio amistoso, mas sua performance ficou bem aquém do esperado.

Agora, Diego mostra-se convencido de que o melhor a fazer é repetir a série que sempre lhe garantiu sucesso. "Eu queria chegar nas Olimpíadas e fazer um diferencial, mas eu já tenho um diferencial. Sou o único a fazer o Hypólito, minha segunda passada ninguém faz, minha terceira passada ninguém faz e minha quarta passada quase ninguém faz. Os atletas não sabem qual será a minha série, porque eu disputei as competições com várias diferentes".

Definida a performance a ser apresentada, Diego corre agora para mostrá-la em Pequim de maneira praticamente impecável. "As duas últimas passadas precisam de mais resistência, e ele está atingindo esse ponto agora. Até lá, ele deve melhorar mais uns 20%", prevê Renato Araújo.

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