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15/07/2008 - 14h02

Diego prioriza solo, e participação no salto é única dúvida para Pequim

Paula Almeida
No Rio de Janeiro
Bicampeão mundial do solo e atual líder do ranking mundial com folga nesse aparelho, o ginasta Diego Hypólito confirmou nesta terça-feira que não disputará outras provas nos Jogos Olímpicos de Pequim justamente para se focar naquela que é sua grande especialidade. Descartados cavalo, argolas, barra fixa e paralelas, apenas o salto ainda está sendo estudado pelo atleta.

Jorge Araujo Folha Imagem
Diego se concentra na prova de solo para voltar a sorrir após problemas de saúde
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Classificado para disputar o individual geral, o ginasta de Santo André soube que sua série na China começaria pelo cavalo com alças e passaria pelos outros quatro aparelhos até chegar no solo. Para evitar um desgaste e possíveis lesões, Diego, em conjunto com sua comissão técnica e a Confederação Brasileira de Ginástica, decidiu competir apenas sobre o tablado.

A definição ocorreu no final do mês passado, quando o ginasta garantiu a medalha de ouro em um torneio amistoso realizado em Belarus. Apesar do lugar mais alto do pódio, Diego e seu técnico, Renato Araújo, ficaram insatisfeitos com a nota.

"No Campeonato Brasileiro ele foi bem, mas ficou cansado em uma ordem igual à das Olimpíadas. Em Belarus ele também ficou muito cansado, com o solo sendo o quarto na ordem dos aparelhos. Foi lá que tomamos essa decisão", lembrou o treinador, argumentando que a principal razão é a grande chance de Diego conquistar medalhas apenas no solo. "A gente imaginava aquele caminho lindo até Pequim, mas a vida de atleta de alto nível sempre tem problemas. Minha maior preocupação foi em relação aos obstáculos inesperados: a dengue, a operação [uma artroscopia no joelho], a ausência dele em eventos importantes".

Embora trate os problemas listados por Araújo como superações, Diego admite que os obstáculos enfrentados no primeiro semestre dificultaram sua preparação. "A operação, por mais que eu seja positivo, me tirou um tempinho de treinamento. Mas a dengue foi muito mais prejudicial. Quando eu estava doente, emagreci 5 kg, depois, engordei mais 6 kg, virei uma sanfona e perdi músculos", comentou o ginasta, falando, em seguida, com o otimismo e a confiança que lhe são peculiares. "A gente não pode negar que surgem algumas dúvidas. Mas nas duas últimas semanas eu já me sinto realmente preparado para as Olimpíadas".

A única incerteza, agora, reside na opção por disputar, ou não, a prova de salto, a segunda melhor de Diego Hypólito. No entanto, o atleta admite que sua participação neste aparelho serviria apenas como preparação e aquecimento para o solo. "O salto está muito competitivo, os atletas vão entrar com nota de partida acima de 17 pontos. Antes da operação e da dengue eu já treinava com essa nota, mas depois ficou mais difícil, porque tive que priorizar o solo. É um aparelho arriscado, posso me machucar. E dificilmente eu disputaria alguma coisa no salto", reconhece.

A decisão final sobre o salto virá no Japão, para onde Diego e a equipe feminina embarcam nesta quarta-feira para duas semanas de treino e aclimatação. No dia 1º de agosto, toda a delegação ruma para Pequim.

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