UOL Olimpíadas 2008 Notícias

15/07/2008 - 14h04

Campeãs, brasileiras preparam a "cabeça" para o ouro olímpico

Maurício Dehò
Em São Paulo
Depois de conquistar o heptacampeonato no Grand Prix de vôlei, a seleção feminina de vôlei chegou em São Paulo pregando que, entre as evoluções que precisam ser feitas até os Jogos de Pequim, em agosto, está o aumento da força e da potência em jogo. Mas não é só o fator físico que tem feito diferença na equipe.


Um dos aspectos mais visados pelo técnico José Roberto Guimarães é o psicológico das atletas, ainda mais num time que precisava de vitórias após os fracos resultados no Pan do Rio, em 2007, e nos Jogos de Atenas-2004. A responsável por isso é a psicóloga Sâmia Halage, que há 12 anos tem um extenso trabalho nas seleções de base do vôlei brasileiro, mas que foi "convocada" apenas em maio para o seu primeiro Grand Prix.

Sâmia acompanhou todos os passos da equipe, estando sempre à disposição de quem precisasse, fosse nos treinos ou participando das preleções. E, apesar de a opinião de o trabalho estar dando resultado ser forte, a psicóloga garante que as 14 jogadoras são fáceis de lidar e que não teve maiores problemas para trabalhar.

"Todas são muito tranqüilas de se conviver e o time estava muito focado, todos imbuídos no mesmo objetivo", explica Sâmia. "O mais difícil é o tempo que ficamos fora do Brasil. Todas sentem um pouco, por ficarem 38 dias fora, cada semana em um lugar. Como o grupo é muito unido, conseguimos ter uma convivência harmoniosa e acabou passando até rápido".

A psicóloga elegeu uma frase da líbero Fabi, durante uma partida do Grand Prix, como a mensagem mais importante para a seleção. "A Fabizinha gritou durante um jogo uma frase muito legal, que foi 'vamos jogar juntas'. Essa é a característica do grupo", explica ela.

Por ser um time vitorioso, o trabalho por trás das quadras é mais intenso, uma vez que as derrotas são sentidas e muitas vezes ganham repercussão maior do que as vitórias. Por este motivo, a psicóloga dá ênfase ao discurso "pé no chão" de jogadoras e comissão técnica.

"O ouro olímpico é uma meta muito forte, mas o grupo já cumpriu uma fase, que foi o Grand Prix, com uma vitória. Acabou e viramos a página. Agora vamos voltar a trabalhar ainda mais forte para as Olimpíadas".

Sâmia evita falar das jogadoras individualmente, mas ressaltou a virada sofrida na carreira de Mari. A ponta esteve no quarto lugar do Brasil em Atenas-2004 e, após estar afastada da equipe no último ano, foi eleita melhor jogadora da competição. "Mari é uma excelente jogadora e, como todo mundo, passa por altos e baixos, faz parte do ciclo da vida. Eu acho que ela conseguiu aprender e foi em frente. Um vencedor usa a dificuldade para dar a volta por cima. E a Mari fez isso".

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