A seleção brasileira feminina de vôlei, que no final de semana conquistou o título do Grand Prix, desembarcou na manhã desta terça-feira em São Paulo. E o time fez questão de manter os pés no chão, mesmo após o bom desempenho no torneio que serviu de preparação para os Jogos Olímpicos de Pequim.


"Ainda temos muita coisa a melhorar principalmente na defesa. Não podemos nos iludir com esse resultado", disse o técnico José Roberto Guimarães, enumerando alguns aspectos que ainda precisam de evolução. "O importante é ganharmos força, potência e a partir daí melhorar também no bloqueio, ter o saque ainda mais regular".

Em 14 jogos no Grand Prix, o Brasil conseguiu 13 vitórias e apenas uma derrota. Na fase final do torneio, a seleção foi arrasadora: cinco vitórias em cinco partidas, com apenas um set perdido.

Para Zé Roberto, a seleção brasileira vai precisar mostrar essa mesma determinação em Pequim caso queira subir ao pódio olímpico.

"A gente vai ter dificuldade lá, então essa determinação vai ser importante. O mais importante vai ser manter o foco que elas (as jogadoras) tiveram no Grand Prix", disse o treinador, que apareceu de cabelo mais curto que o normal e admitiu que o novo corte foi por uma promessa.

"Todo mundo teve problemas no Grand Prix no Brasil, assim como o Brasil. Não é porque se ganhou o Grand Prix que se é favorito. Tudo pode acontecer. Não podemos entrar na armadilha de pensar que somos favoritos", concluiu ele.

Melhor jogadora da competição, Mari também mostrou que a conquista não deve subir à cabeça da equipe. "O contra-ataque precisa melhorar, temos de diminuir os erros e também melhorar o entrosamento, porque cada hora temos jogado com um time", resumiu a ponta. Apesar de ter de cortar duas jogadoras e definir as 12 que irão para Pequim, o técnico Zé Roberto não definiu um prazo para a convocação.

Início forte

Os brasileiros comemoraram o fato de terem um início mais difícil nos Jogos de Pequim do que em Atenas. Em 2004, o Brasil teve uma primeira fase sem grandes rivais pela medalha, mas desta vez enfrenta a Rússia já na segunda rodada. Completam o grupo Argélia, Cazaquistão, Itália e Sérvia.

"Vai ser bom, porque pegamos uma pedreira no começo. Já vamos ter um chacoalhão e estaremos psicologicamente preparadas para os outros jogos que também serão difíceis", afirmou Mari.

Segundo Zé Roberto, a vantagem das russas, que não foram ao Grand Prix, é conhecer melhor as brasileiras. Um "espião" russo acompanhou a disputa da competição, para que a equipe conheça as adversárias em Pequim.

O Brasil tenta voltar ao pódio olímpico depois do quarto lugar obtido em Atenas-2004. A seleção tem duas medalhas de bronze em Olimpíadas, conseguidas em Atlanta-1996 e Sydney-2000.

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