UOL Olimpíadas 2008 Notícias

12/07/2008 - 17h00

Migração de Murilo para a ala é um dos projetos de Moncho

Giancarlo Giampietro
Em Atenas (Grécia)
Moncho Monsalve está em meio a uma das tarefas mais difíceis de sua vasta carreira como técnico, tentando classificar a seleção brasileira de basquete para as Olimpíadas. Essa complicada missão, porém, não impede que o espanhol exerça sua principal vocação em quadra - ensinar.

CBB/Divulgação
Técnico quer tempo para transformar Murilo, hoje pivô, em ala da seleção
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Um novo projeto, dentre outros que tem em mente quando avalia seu grupo em Atenas, é transformar o pivô Murilo, 24, de 2,07 m de altura, em ala. "Gostaria de ter tempo de desenvolvê-lo nessa área", disse o espanhol.

Nas baterias de exercícios de fundamento, o jogador raramente está entre os homens grandes. "No coletivo, eu fico como ala-pivô. Nos treinos de arremesso, exercícios de transição e velocidade, eu vou fazendo de lateral. Já ouvi de outros treinadores que poderia atuar assim, mas nunca ninguém tinha me colocado."

A ausência de Nenê, Anderson Varejão e Paulão acabou por forçar Monsalve a contar com o jogador primordialmente como homem de garrafão. Causou também a desistência de utilizar até três pivôs ao mesmo tempo em quadra no Pré-Olímpico, que começa na próxima segunda-feira. Murilo e Varejão, nesse cenário, jogariam mais abertos.

A idéia do espanhol pode ser ainda mais desfigurada na próxima temporada, quando o jogador retornará ao Brasil para defender o Minas Tênis, após um ano no gigante europeu Maccabi Tel-Aviv, de Israel. No clube dirigido por Flávio Davis, pode ter de atuar até mesmo como o pivô mais pesado em quadra.

"Eu preciso é jogar", afirmou Murilo. "Fui para o Maccabi, e eles me emprestaram para a Bulgária, onde tive tempo de jogo. Quando voltei, não deu. Fiquei de três a quatro meses sem jogar. Em forma eu estava, só treinando, mas fiquei sem um pouco de ritmo. Volto para o Brasil por isso. Não sei se no Maccabi eu poderia jogar. Aí eu me complicaria."

O (ainda) pivô, de todo modo, aceita de modo positivo a experiência de Monsalve. "Vou fazer 25 anos no dia 14, e é difícil dizer hoje que vou começar a jogar assim. Mas vejo situações específicas para marcar um lateral grande ou de usar dois caras grandes e eu como lateral em situação de ataque."

Para o treinador, tecnicamente Murilo apresenta um sólido arremesso de longa distância - mais eficiente de frente para a cesta - e um forte primeiro passo, que lhe dão condições de atuar no perímetro. "Mas vai de cada jogo", disse o brasileiro. "O importante é estar na quadra para ajudar o time."

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