UOL Olimpíadas 2008 Notícias

07/07/2008 - 09h19

Quadrangular aclimata seleção de basquete a 'caldeirão' grego

Giancarlo Giampietro
Em Atenas (Grécia)
Cada batida de bola, derrapada da sola do tênis na madeira e até mesmo as cestas mais perfeitas ecoavam. A seleção brasileira foi para quadra, nesta segunda-feira de manhã, na Arena Olímpica, e os únicos gregos presentes eram os integrantes do time de manutenção do ginásio. Para o jogo da noite e, especialmente, o confronto no Pré-Olímpico Mundial masculino, o panorama deve ser um pouco mais agitado.

Quando encarar os anfitriões, às 16 h (horário de Brasília, 22 h locais), pelo Torneio de Acrópolis, a equipe terá a chance de iniciar sua aclimatação a um cenário ao qual nem todos seus jogadores estão acostumados - o ambiente proporcionado pelo fanatismo da torcida grega de basquete.

"Para quem está no Brasil, é só imaginar a torcida do Corinthians ou do Flamengo dentro do ginásio", afirmou o pivô Tiago Splitter, veterano de Europa no TAU Cerámica-ESP. "Já jogamos aqui com 18, 20 mil pessoas. A torcida do Panathinaikos, que joga nessa arena, é ainda mais forte, mais até do que as da Espanha. Vamos ver se terão o mesmo comportamento com a seleção deles. No Pré-Olímpico é que deve ser mais hostil."

Do quinteto inicial, Alex Garcia, do Maccabi Tel-Aviv, e Splitter, do TAU Cerámica-ESP, vêm de boas participações na Euroliga, tendo enfrentado clubes tradicionais do país que vai receber o Pré-Olímpico Mundial entre os dias 14 e 20 de julho, em Atenas. Marcelinho Huertas e Marcelinho Machado também já tiveram contato semelhante. A partir daí, cai o nível de experiência.

Provável quinto titular, o pivô Murilo, também com passagem pelo Maccabi, atuou por pouco tempo no basquete búlgaro, emprestado, e terminou o ano afastado das quadras, apenas assistindo às partidas do time israelense.

Após anos no circuito universitário norte-americano, J.P. Batista também atuou na Euroliga, pelo Lietuvos Rytas-LIT, mas hoje está na Letônia. Rafael "Baby" Araújo defendeu o Spartak St. Petersburg, na Rússia, sem torneios continentais. O ala Marcus Vinícius joga na segunda divisão da Espanha. Jonathan Tavernari é atleta da Brigham Young College, nos Estados Unidos.

Fúlvio, Ricardo Probst e Duda vêm de times caseiros - respectivamente Paulistano, Assis e Flamengo, cuja enorme torcida compareceu em peso nas finais do Nacional contra o Brasília, mas não teve tanta presença na fase regular da competição.

No Brasil, o público da modalidade esteve longe de ser expressivo nos últimos anos. Nos Estados Unidos, o número de espectadores é bem maior, mas a cultura é outra, com manifestações mais coordenadas por ações de marketing do que espontâneas.

Por isso, uma preocupação do técnico Moncho Monsalve é justamente a adaptação de Fúlvio, Duda, Tavernari, Marcus e Probst ao jogo internacional. "Para isso, esse torneio vai ser muito importante", afirmou Marcelinho Machado, capitão da equipe ao lado de Alex. "É importante tentar lembrar como foi meu começo na seleção para ajudá-los. Esse é o papel dos mais velhos."

A seleção enfrenta Grécia, Croácia e Austrália no torneio amistoso, de segunda a quarta-feira. O Pré-Olímpico Mundial começa no dia 14 de julho, com três vagas em jogo para Pequim-2008. Grécia e Líbano são os rivais da fase inicial.

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