A inexperiência acabou com quatro anos de muito treinamento do nadador Lucas Salatta após ele completar a prova dos 400 m medley nas Olimpíadas de Atenas-2004. Agora, o paulistano espera uma performance diferente nas duas provas que disputará em Pequim (200 m costas e revezamento 4 x 200 m livre).
"Tive medo em Atenas, ficava pensando em coisas ruins, nas piores situações dentro da piscina e não me concentrei direito", confessou Salatta, que competiu logo no primeiro dia da modalidade e registrou o tempo de 4min23s01, mais de dois segundos acima de sua melhor marca na época.
Então com 17 anos, o paulistano caiu nas ciladas comuns aos jovens em eventos de grande porte com ídolos internacionais. "Ficava deslumbrado. Ver os ídolos de perto, aquele clima da Olimpíada. Tudo isso tira o seu foco e foi isso que aprendi", disse.
Assim que completou a prova, o nadador sabia que havia decepcionado. "Assim que bati no bloco, sabia que o resultado não foi bom. E eu não quero mais esta experiência. Vou fazer de tudo para evitar isso agora e sair feliz comigo mesmo", comentou.
Uma forma de combater este trauma foi fortalecer o lado emocional e procurar esquecer principalmente as cobranças externas por resultados. Para ele, o que importa agora é só uma opinião. "Não me preocupo com o que os outros vão pensar. Espero fazer um bom resultado por mim. Quero fazer valer a pena todo o sacrifício que tive nestes quatro anos", apontou confiante.
Para conseguir esta meta, Lucas Salatta deve embarcar no final deste mês para Macau, onde realiza o período de aclimatação antes das Olimpíadas. E com apenas um planejamento em mente. "Vou fazer o meu melhor. Se conseguir chegar nas semifinais ou brigar por medalha no revezamento, ótimo, mas vou pensar por etapas. É uma de cada vez e com muita concentração", assegurou.