UOL Olimpíadas 2008 Notícias

16/06/2008 - 08h12

Olímpicas, jogadoras ainda torcem por retorno de Iziane para Pequim

Fernanda Brambilla
Em Madri (ESP)
As palavras do técnico Paulo Bassul não deixam brechas para interpretações sobre o corte definitivo da ala Iziane da seleção brasileira de basquete, mas muitas atletas da equipe classificada para Pequim ainda crêem em um final conciliador para a rusga gerada no Pré-Olímpico de Madri.

Depois de passar cinco anos como assistente do antecessor Antonio Carlos Barbosa, Paulo Bassul assumiu como técnico após o fim dos Jogos Pan-Americanos do Rio pregando a harmonia e a coletividade, mas soube ter pulso firme quando viu sua liderança ameaçada. A polêmica decisão de cortar Iziane teve o respaldo dos dirigentes e o fortaleceu às vésperas de sua primeira Olimpíada como treinador. Leia mais
BASSUL SAI FORTALECIDO
IZIANE DESCARTA VOLTA
"TODA ESTRELA É ASSIM"
Uma das defensoras mais ferrenhas da polêmica jogadora é a pivô Êga, que anseia por um pedido de desculpas de Iziane, apesar da própria jogadora já ter rechaçado a possibilidade.

"Quero acreditar que ela vai voltar à seleção", começou Êga. "Ela é uma menina muito doce, um amor de pessoa fora da quadra, e é uma pena que ela esteja sendo retratada como algo que ela não é", disse, em franca defesa da ex-colega.

"Doeu muito vê-la ir embora. Ela é apenas uma criança, uma menina que se faz de forte e durona, mas por dentro é apenas uma criança que precisa de colo", disse a pivô, com lágrimas nos olhos após a conquista da vaga olímpica, que decretará sua primeira participação nos Jogos.

Mesmo assim, Êga acha que o retorno só seria possível a partir de uma atitude de Iziane. "Acho que ela precisa baixar a guarda e falar. Falar com o Paulinho (Bassul), com o Brasil, porque isso pegou muito mal", avaliou.

Entre as novatas, a condição também parece dada como certa. "Agora que temos a vaga, vamos ter um descanso breve e voltamos aos treinos, e espero que com a Iziane já de volta", disse uma alienada Natália. "O grupo sentiu muito a falta dela em Madri, e vai precisar muito dela nas Olimpíadas. Afinal, ela é uma estrela."

Apesar de não entrar em detalhes, a armadora Claudinha concorda com esse ponto. "Os pontos dela contam muito, é inevitável. Uma grande perda", disse a jogadora.

Do lado do treinador Paulo Bassul, não há relutância. "As pessoas vêm me perguntar se eu perdoaria Iziane caso ela venha falar comigo. Mas ela não precisa vir, ela está perdoada", disse o técnico brasileiro. "Eu gosto muito dela, e ela tem uma carreira brilhante pela frente. Não é porque ela está fora do grupo que eu agora vou tripudiar dela ou fazer qualquer provocação. Isso seria desumano", cortou Bassul.

Compartilhe: