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09/05/2008 - 15h10

Rebeca é absolvida pelo CAS e aguarda decisão da Fina

Fernanda Brambilla*
No Rio de Janeiro
A nadadora Rebeca Gusmão venceu nesta sexta-feira metade da batalha jurídica para voltar a competir. De acordo com seu advogado de defesa, Breno Tannuri, o CAS (Corte Arbitral do Esporte) negou o apelo da Fina (Federação Internacional de Natação) no caso de suspeita de doping de 2006.

Rubens Cavallari/Folha Imagem
Rebeca aguarda agora segunda decisão, da Fina, que julga exame do Pan-Americano
FOTOS DO TROFÉU MARIA LENK
JOANNA MARANHÃO BATE RECORDE
ATLETAS GARANTIDOS EM PEQUIM
Agora, a nadadora aguarda a segunda decisão, pela Fina, que julga exame realizado durante os Jogos Pan-Americanos do Rio, em que sua amostra apontou duplo DNA.

"No CAS, ela está liberada. A decisão da Fina deve sair nesta semana ainda", disse o advogado, que lembrou que uma decisão não interfere na outra. "Ela pode ser condenada ainda, no segundo processo, já que as coisas não têm a ver."

A informação foi adiantada por Tannuri no quarto dia da última seletiva olímpica da natação, o Troféu Maria Lenk. De acordo com a defesa da nadadora, o órgão suíço aceitou os argumentos dos advogados e se considerou sem jurisdição suficiente para analisar o caso. Nesta segunda-feira, a nadadora irá conceder uma entrevista coletiva em Brasília sobre o assunto.

Primeira campeã pan-americana do Brasil, Rebeca Gusmão conquistou o feito nos 50 m livre do torneio, bateu recordes sul-americano e pan-americano, com o tempo de 25s05, marca bem abaixo do índice olímpico da distância, 25s43. Em seguida, nos 100 m livre, Rebeca faturou o ouro batendo o recorde pan-americano, com o tempo de 55s17, tempo que também valeria para Pequim (55s24). A nadadora ainda ajudou dois quartetos femininos: o 4 x 100 m livre, que levou a medalha de prata, e o 4 x 100 m medley, que ficou com o bronze.

Com o estouro da suspeita do caso de doping, no entanto, a Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana) puniu a nadadora após o primeiro exame, que indicou diferentes DNAs e apontou fraude nos testes antidoping. A entidade ainda cassou as medalhas e os tempos obtidos na competição continental, o que a impossibilitam de usá-los como classificatórios para os Jogos Olímpicos.

Ainda sem a decisão oficial da Fina, que deve ser divulgada no dia 15, o presidente da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), Coaracy Nunes, preferiu não dar tomar posição. "A CBDA vai seguir restritamente o que a Fina recomendar. Se ela absolver, a Rebeca compete", disse.

De acordo com o presidente da CBDA, no entanto, o parecer emitido pelo CAS significa apenas que a entidade não se viu apta a julgar o caso, repassando a decisão à própria Fina.

Se for absolvida pela Fina, a nadadora pode ter que entrar com uma apelação pela revalidação dos índices obtidos e estaria de volta à equipe olímpica, já que atualmente apenas Flávia Delaroli obteve o tempo exigido nos 50 m livre.

O veredicto de Rebeca estava previsto para sair já no mês passado, uma vez que suas audiências foram realizadas, frente ao CAS e à Fina, no início de março.

A velocista fez parte da delegação que competiu em Atenas-2004, em suas duas provas individuais. Nos 50 m, obteve seu melhor resultado, 11º lugar. Nos 100 m livre, foi eliminada ainda na primeira fase. Além disso, Rebeca nadou o 4 x 100 m livre que ficou em também na 11ª colocação. No ano passado, Rebeca chegou a admitir que, mesmo se fosse absolvida da suspensão, poderia deixar de nadar para se concentrar em sua família e ter um filho.

* Atualizada às 21h14

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